domingo, 16 de dezembro de 2012

Cogitando sobre a minha maratona

A propósito dum comentário à minha mensagem sobre a Maratona de Lisboa do último domingo, que o Jorge Branco aqui deixou, dei comigo a pensar se de facto não estarei a 'esticar a corda' e a voltar aos tempos em que corria para tempos.

Recomecei a correr em 2010 e ao mesmo tempo descobri o Trail. Estreei-me no Trail de Vale de Barris, das Lebres do Sado e o meu conceito de corrida alterou-se radicalmente.

A partir daí passei a procurar locais com pisos moles para os meus treinos, passei a evitar dentro do possível e do razoável o alcatrão e a minha época passou a ser na sua maior parte feita em Eventos de Trail. Passei a procurar Eventos que não fossem estritamente 'Corridas', que tivessem algo diferente das 'Corridas' que até ali fazia.

O meu objectivo ao participar nesses Eventos passou a ser mais lúdico e menos competitivo. Claro que a minha 'escola' das corridas a pé dos anos 80 e o meu feitio fazem com que, mesmo irreflectidamente, haja sempre e em todo o lugar qualquer espécie de competição, disputa, mas esse é um espírito de há longa data e como tudo, alterá-lo requer prática e muito treino ...

Na minha última maratona, revivi os tempos em que corria apenas atrás de recordes, atrás de 'PB'.

Agora, apesar de nada ter planeado nesse sentido, o que é certo é que naquela manhã deu-me para ali e fui fazer uma 'corrida' à antiga!

Com o comentário do Jorge voltei, reflecti um pouco e não foi preciso muito para concluir que não vou alterar nada em relação ao passado recente. Vou continuar a procurar obter prazer na corrida e não recordes pessoais. Vou continuar a procurar o meu bem estar em vez de arriscar uma lesão que com os meus 52 anos tornar-se-ia provavelmente numa lesão crónica de médio/longo prazo.

Vou por isso continuar o meu treino para correr com os outros e não contra os outros.

Vou procurar observar e gozar o que me rodeia enquanto corro e não apenas o alcatrão à minha frente.

 Vou procurar Eventos onde me sinta mais do que um simples número para a estatística.

Faço cerca de 12 provas ou Eventos por época e quero que a maioria seja  just for the fun !!

Não quero que os 'eventos' se transformem em rotina. Gosto de diferenciar treinos de 'eventos'. Era incapaz de fazer, como alguns fazem, provas todos os fins de semana. Gosto de sentir a adrenalina nas manhãs de 'Evento'. Gosta da expectativa das vésperas. Com 50 provas por ano, tudo ia ser apenas mais um treino.

Provas como a Maratona serão uma excepção.

Eventos como Melides, Arrábida, Almonda, UTAN, serão a regra.

É nesses eventos que me sinto bem. Eventos onde há tempo para tudo, inclusive o simples acto de beber 1 copo de água com calma, sem estar com medo de perder o pelotão!

Claro que é natural que haja competição na minha actividade. Mas quero que essa competição seja mais comigo mesmo e não pelos recordes, ou tempos.

Claro que enquanto me der gozo, continuarei a fazer 1 maratona a 'abrir', mas será uma excepção na minha época, como aliás tem acontecido nos últimos 3 anos.

Obrigado Jorge por me teres feito parar um pouco e pensar, para assentar ideias.

E agora venha a próxima.

Para já vou para a cama porque amanhã tenho um rico treino em Monsanto, bem cedo, com o restante grupo dos 'Desalinhados'.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A minha Maratona, peça a peça!!

O António informou: 03:28:38. (tempo do chip) É por isso o meu tempo oficial.

Média: 04:58 / Km

E agora a pedido ...

Km 0 - Frio. Muito frio. Francisco Monte à partida. É para marcar em cima. Molhada. É furar lá para a frente, sempre à vista do Francisco que parece querer fugir ...

Km 1 - Apanho o balão das 3:30. Grande concentração. Mas lá para a frente logo dispersa!!

Km 2 - Descida para o Areeiro. Assim até parece fácil.

Km 3 - Av. de Roma. Está ali o Eduardo Santos (??). Está perdido concerteza!!

Km 4 - Vislumbro o Jorge Branco a gritar feito doido: "Olhó comboio das 3:30!!" Afinal é ele o homem que corria praticamente nos comboios!!

Km 5 - O frio já era ...


5:51 / 4:32 / 4:44 / 4:57 / 4:52


Km ? - Alvalade. Quando aqui passo dá-me sempre aquela vontade (...). E tem de ser, ali numa árvore.

...

Km 10 - Carnide. Algum cansaço. Ups, que é isto?? Cansado?? Abastecimento. Páro e bebo uns golos de água. Confusão com a malta das estafetas. 'Meninos' que correm uma maratona às prestações!! Homem que é Homem é a Maratona SÓ pra passar o tempo ao domingo de manhã ...


 4:48 / 4:49 / 4:49 / 5:09 / 4:38



Km ? - Colombo. Está tudo bem. A bandeirola cativa a atenção dos pedestres. O grupo é assim facilmente identificado como "O das 3:30". Sinto algum orgulho. Confesso-me!!

Km ? - Sete-Rios. Agora é um bocado a subir até ao CI.

Km 15 - José Malhoa. Abastecimento. À passagem pelos hotéis é só estrangeiros. E à passagem pela mesquita ouço algumas preces atrás de mim. Mais água e depois mais um forcing para recuperar o atraso. Até aqui já foram, acho que 3 paragens. Estes sprints desgastam. Mas se me engasgo ainda é pior.


4:45 / 4:46 / 4:49 / 4:54 / 4:55


Km ? - A.A.Aguiar. Uau!! Agora é pra descansar até lá abaixo!!

Km ? - Marquês de Pombal. Parece que sou eu que sou o estrangeiro aqui, no meio da fiesta espanhola! A vista de Lisboa daqui é espectacular!

Km ? - Rossio. Queixo-me do piso.

Km 19 - Pç. do Comércio. E finalmente alguma festa Portuguesa. Uns tambores e algum barulho. Os portugueses também não têm razão nenhuma para festas!!

Km 20 - A ligação ao Cais do Sodré, ainda em obras, reduz o espaço de circulação. Muita gente e dificuldade em correr. Mais uma água e o 'passeio' está a acabar-se.

5:08 / 4:52 / 4:44 / 4:50 / 4:55

Km 21 - D. Carlos I e é a Meia Maratona com 01:42:51! A margem de 2' é curta para o que ainda aí vem. Grande confusão com o pessoal das estafetas todos a afunilar a passagem.

Km ? - Alcântara e uma queda de dois. O magote à volta da bandeirola é tal que tropeçamos uns nos outros. É irracional a fixação que temos por aquele desgraçado que aceitou tamanho fardo. A marcação é literalmente em cima!! Depois acontecem destas. Se aquilo fosse comigo tenho a impressão que ficava ali, estendidinho!!

Km ? - Finalmente o retorno. Leva a habitual palmada. 'Só' faltam 12Kms. Vejo o António Almeida.

Km ? - Gerónimos. Afasto-me do balão para uma distância de segurança. Tudo começa a provocar-me atrito. O desgaste aumenta.

Km 25 - Mais um abastecimento. Há pessoal a atravessar-se à frente do grupo para ir beber água! Ouvem-se gritos!

5:00 / 4:57 / 5:00 / 4:57 / 4:57

Km ? - Av. 24 de Julho ao Domingo. Um passeio para alguns. Às vezes são 3 e 4 lado a lado, em amena cavaqueira. Vamos sem grande margem que fará falta depois para o Areeiro. O fuel diesel está a acabar-se!

Km 35 - Cais do Sodré. Acho que aqui tive direito a 1/2 banana!! Um dos mimos da organização!! Não foram muitos!!

4:57 / 4:55 / 5:01 / 4:57 / 5:02

Km 36 - Pç. do Comércio. E perco o balão! É o muro, enorme que se ergue à minha frente!!

Km ? - Martim Moniz. Subo o muro. Olhos no chão (Francisco). Olhos no chão. Mas não sou só eu. Aquilo parece uma via sacra de penitentes por ali acima, em direcção ao Areeeiro!

Km 39 - Pç. do Império. Apanho o Eduardo Santos que afinal não ia perdido. Pergunta-me pelo tempo. Respondo 03:15. Vou-me embora. Ele diz que vai com fome ... Faço contas e sinto que ainda tenho alguma hipótese. Faltam 3Kms e tenho 15' para os fazer.

Km 40 - Pç. do Areeiro. Adoro-a!! Recuso água. Acho que não conseguia beber agora!! Arranco feito desalmado!! Eu bem queria aumentar o ritmo mas acho que o corpo me ignora simplesmente!!

5:00 / 4:59 / 5:18 / 5:20 / 5:25

Km 41 - Av. de Roma. Um sujeito de bicicleta despeja spray nas pernas doutro que aparenta correr (...). Aquilo vai para os meus olhos tal a quantidade vaporizada!! Fujo dali. Continuam os pares e eu aos ziguezagues! O meu mau feitio está no seu auge e pareço rugir!! Av. E.U.A. Adoro-a ainda mais que à Pç. do Areeiro. A descer tudo ajuda mesmo.

Km 42 - Av. Rio de Janeiro. Mas aonde é que está a porta?? De manhã estava aqui mais perto!! Olho para o 'Silver' e ainda marca 3:29!! À m/frente vão dois espanhóis. Sinto-me como o Nuno Álvares. Estes têm de ser meus!!

Entro no Estádio e na recta da meta. Assim que consigo ver o pórtico descanso finalmente!

Consegui!!

4:54 / 4:49

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Maratona de Lisboa

A época 2012/2013 está no início.

Começou este ano com uma estreia no Monge, em excelente companhia do meu filho + velho Guilherme e dos meus amigos destas andanças Jorge Branco e Víctor Silva, que rapida e naturalmente foram adoptados como Padrinhos de 'baptismo' do rapaz!

Seguiu-se-lhe a inevitável Meia da Nazaré e agora esta, a Maratona de Lisboa, que termina o ano chamado de 'civil'.

Depois das férias de verão, propositadamente de descompressão também em termos de corrida, para poupar o esqueleto, simplesmente não me apeteceu começar em força com os treinos. Normalmente, os treinos recomeçam na 2ª quinzena de Setembro e esta ano pura e simplesmente não me deu para ali!!

Passou-se Setembro, passou-se Outubro e passou-se Novembro. Cá o rapaz a fazer 3 corridinhas semanais, de manutenção, sempre descontraidamente, nada de específico, mas a manter uma certa rotina corporal.

Na Nazaré o teste foi superado, com distinção. No final e após um aquecimento de 17Kms o tempo final abaixo da 01:45'.

Mas a Maratona está longe de ser 'apenas' duas Meias Maratonas.

Como já me conheço há uns anitos, à partida confessei-me  "...nem vale a pena planeares uma Maratona calma, porque já sabes..."

Os 5'/Km andavam a zunir ao ouvido há muito tempo. Experimentei na Nazaré e a coisa até se aguentou. Por isso olha ... não há-de ser nada e vai ser para sofrer ...

Às 08:55, na recta junto ao 1º de Maio, confessava-me ao Francisco Monte: hoje vai ser para doer. Para a 1ª parte sei que dá, até porque a 'coisa' é sempre a descer, depois será o que o corpo deixar!!

Assim que a partida é dada procuro o balão das 03:30!! Era este o desafio naquela manhã fria. 03:30!!

Parto sempre muito atrás. Facilita em termos de aquecimento, de ambiente, em termos de cheiros, em termos de cotoveladas e pisadelas mas dificulta noutras coisas, entre as quais o tempo que se perde até se conseguir correr qq coisa.

Outra coisa que é habitual em mim é gostar de começar calmamente e depois ir aquecendo, devagar, davagarinho e só após os 5 ou mesmo 10Kms começar num passo mais certo.

Mas para cumprir o meu objectivo havia que arregaçar logo de início e para agarrar o 'bandeirola' tive de dar ás canetas naquele 1º Km.

Assim que o agarrei colei-me que nem lapa. Eu e mais alguns 50 taradinhos, que rodearam o rapaz qual bóia de salvação no meio dum mar agitado e inóspito!!

Mas no início das provas longas eu vou cheio de água e nesta 1ª Meia fui obrigado a ir à latrina 2 vezes. Se juntarmos a estas duas paragens mais 4 nos abastecimentos, em que parei em todos para beber alguns goles de água, aqui está a explicação para alguma inconsistência no ritmo que consegui na 1ª parte da prova. Se me atraso mesmo que sejam 'apenas' 200mts, é um esforço suplementar que tenho de fazer para os recuperar e tenho a certeza que isto é pura e simplesmente falta de treino. Porque tudo se treina, até o básico de beber água e correr em simultâneo.

De resto foi como planeara antes da prova. A 1ª parte é realmente fácil. Tirando algumas subiditas, aquilo é um passeio. Mas o passeio se é em demasia paga-se caro, logo a partir do Cais do Sodré.

Embora em esforço, a partir dali aumentei a concentração no Km a Km. Lembrei-me da táctica do Francisco "... é olhar para o chão e continuar ..." . Procurei evitar tudo o que me causasse 'atrito' fosse de que género fosse. A partir dos 30Kms há muita coisa que causa atrito!!

A concentração de malta à volta do 'pacemaker' começou a enervar-me, com pessoal que não dá um milímetro entre eles e o sujeito da bandeirola. Já depois do retorno, afastei-me propositadamente daquele magote. Outra coisa que me enervou foi o pessoal mais atrasado da Meia Maratona. Eu sei que ele têm o mesmo direito que eu a andar ali. O facto de eu estar a correr a um ritmo exigente (pelo menos para mim ...) e eles irem em 'passeio', não me dá o direito de exigir ou esperar que eles se desviem por simpatia. Mas porque é que têm de fazer a Meia Maratona a andar e ainda por cima em paralelo, alegremente na conversa e a ocupar por vezes quase toda a largura da via disponível para correr??

É o eterno confronto de interesses, entre aqueles que têm expectativas de um qualquer obstáculo a ultrapassar e os outros, aqueles que consideram aquilo como uma simples manhã de convívio entre amigos!! Sinceramente por vezes inclino-me a que sejam eles que têm razão ...

Depois foram os abastecimentos, em que há pessoal que se atravessa positivamente à frente de toda a gente para agarrar a 1ª garrafa que é oferecida, na 1ª mesa de várias com abastecimentos. O pessoal da organização bem gritava "há mais garrafas à frente" mas para quê, era aquela, a que o pessoal queria a toda a força agarrar e depois era tudo a desviar de todos para evitar quedas!!

Enfim, já com muito desgaste (em vários aspectos) cheguei à Pç. do Comércio e pura e simplesmente a cabeça quebrou. Assim que começamos a subir a Rua da Prata fico-me para trás e lentamente vejo a bandeirola a afastar-se. É o 'Muro'!!

É o pior período. Martim Moniz, Almirante Reis. Em dia de Maratona odeio aquelas zonas de Lisboa!!

A bandeirola vai a cerca de 200/300 mts à minha frente e eu lá vou em direcção ao enorme prédio cor de rosa lá em cima, no Areeiro. Na Pç. do Império vejo á minha frente o Eduardo Santos. Cumprimento-o e ele pergunta-me com que tempo vamos. Respondo-lhe 03:13hrs e sigo caminho!

Poucos metros à frente passo a marca dos 39Kms, faço contas e de súbito a vida volta ao meu corpo!!

Espera lá!! Se vou com 03:15 aos 39Kms, tenho mais 3 Kms para fazer a 5'/Km!! É ainda possível!!

E todo torto lá experimento qualquer coisa que eu queria que se parecesse com um aumentar de ritmo, mas que devia parecer tudo menos isso a alguém que por incrível que fosse observasse por acaso o meu movimento. Em direcção à Av. de Roma acelero o que posso. Lá apanho novamente pessoal lado a lado alegremente em domingo de passeio e eu ali, com os bofes de fora a ter que ziguezaguear por entre eles.

Os espanhóis cheios de vida e garra puxam pelos seus. Os nossos, os portugueses não tiram as mãos dos bolsos, para não arrefecerem!!

Chego à Av. dos EUA e agora são 300mts a descer e lá vou eu, perto da síncope!!

Viro para a Av. Rio de Janeiro e o Estádio parece estar mais afastado do que há poucas horas atrás.

Entro no Estádio e começo a olhar de imediato para o pórtico, com o cronómetro que só consigo ver quando entro na recta da meta.

A marca das 03:29:5x está a virar e aí acredito, vou conseguir!!

E consegui. 03:30:08!! Se a Maratona fossem 'apenas' 42Kms tinha baixado as 03:30hrs. Com as esquisitices fizeram-na com mais uns metros e só por isso passei uns segundos daquela marca.

Fiz qualquer coisa muito parecida a isto em 1990, na minha 2ª Maratona, uma que terminou na Praça do Município, tinha eu os meus 30 anos.

Fiquei contentíssimo e prometi a mim mesmo que agora é que eu me vou esforçar, agora daqui prá frente, para entrar em beleza em 2013.

Seguem-se projectos importantes, aliciantes e desafiantes. Para já são apenas projectos, só em Janeiro decidirei.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A Meia da Nazaré (Parte II)

Neste meu, até ver, último regresso às corridas, a ida à Nazaré evoluiu do aspecto puramente competitivo com que a encarei nas décadas de 80 e 90, para algo mais a ver com o prazer de usufruir daqueles ares e ambientes muito particulares nas manhãs de Novembro.
A Nazaré passou a não ser 'apenas' para fazer a Meia Maratona e passou também a ser uma desculpa para fazer um treino especial, longo ou específico, para a Maratona de Lisboa, que geralmente se realiza passadas 3 semanas.
A ideia passou a ser fazer alguns Kms suplementares, antes da Meia e depois fazer a prova, sempre em ritmo de treino.
Em 2010 foi um simples ir e vir no trajecto da Meia, a que se seguiu a prova em 02:00hrs.
Em 2011 variei o trajecto, para a via paralela à estrada que constitui o eixo principal da prova, junto aos campos, a que se seguiu a prova, novamente para 02:00hrs mas com 1 série de 1Km a cada 5 de prova, num ritmo perto dos 04':30"/Km.
Em 2012 melhorei o percurso do 'aquecimento', fazendo um circuito circular desde a Nazaré até Valado dos Frades e retorno à Nazaré.
Passei de 12Kms em 2010, para 14Kms em 2011 e finalmente para cerca de 17Kms nesta última versão, que agradou e que será em princípio a versão para ficar como 'A sessão de aquecimento' na Nazaré.
Este ano apanhei chuva durante todo este período do treino, que só parou na parte final, já à saída do Valado.
Fui o mais confortável que consegui, sempre acima dos 6'/Km e sempre a controlar os BPM. Cheguei ao carro a 15' do início da prova, tempo que foi suficiente para mudar de roupa e fazer um pequeno abastecimento.
Às 10:55 já estava na recta da meta à espera, lá no final de um pelotão que embora sem a extensão doutros que o tempo já ali presenciou, era ainda assim um belo pelotão.
Vi entretanto que estava atrás de toda a gente, junto ao pessoal da Prova de Marcha e tentei furar alguns grupos, sem grande sucesso. De modo que às 11hrs, quando a partida foi dada, ainda tive que ziguezaguear entre toda aquela gente que participando num 'Passeio' não deixam por isso de se preocuparem na posição em que partem e fazem menção de se chegar sempre mais à frente possível.
Acho que foi no 1º Km que decidi que nesta 38ª edição não iria, como nas precedentes, fazer a 2ª parte em ritmo de treino longo. Decidi ali mesmo naquele minuto, que iria testar a minha condição e o quanto conseguiria aguentar a fazer um ritmo mais elevado.
O objectivo passou então a ser o de ver até quando conseguiria aguentar um ritmo de 5'/Km. Iria por isso lutar por fazer qualquer coisa parecida com o que fiz em Maio, na Meia da Caparica.
Para aquela prova prepara-me especificamente. Para esta não fiz absolutamente nenhum treino desse género.
A outra meia foi na areia e esta seria no alcatrão, por isso as coisas estavam mais ou menos equilibradas, se nos abstraírmos dos 17Kms de 'aquecimento' que fiz nesta!!
Km a Km lá fui lutando. No retorno tive mais um adversário, o vento que desgastou.
Mas é assim a Nazaré, algo metafísico. Algo que foge à razão.
Por mais que eu tenha a alegria de retornar à Nazaré, sempre irei obter algo inesperado daquela prova.
É escusado fazer planos. Basta pôr-me a caminho e deixar o resto acontecer.
No passado 11 de Novembro aconteceu novamente Nazaré.
Até 2013 Nazaré!

A Meia da Nazaré (Parte I)

Há factos que só à posteriori assumem uma importância que nos escapara à data em que os mesmos ocorreram.
Estávamos algures em 1985, quando companheiros da actividade que na altura praticava me desafiaram para irmos à Meia Maratona da Nazaré.
Eram os anos de ouro da corrida a pé, do movimento das corridas 'populares' e a Meia da Nazaré era na altura uma prova das mais importantes que se realizavam a nível nacional.
Atalhando alguns pormenores, passadas algumas semanas estreava-me (sózinho ...) na Nazaré, numa edição com muita chuva e estreava-me também nas corridas a pé, coisa que na altura eu desconhecia quase que completamente.
Mal sabia que a Nazaré e a sua Meia Maratona, passaria a partir daquela manhã de dilúvio a ser muito mais que a vila piscatória de mar bravo que eu conhecia.
Nestes 27 anos, voltei à Nazaré em muitas manhãs de Meia Maratona, independentemente da forma física.
Aquela prova sempre teve vontade própria, muito para além da muita ou pouca forma física que eu tivesse na altura, ela foi sempre soberana sobre quaisquer que fossem os planos que eu tivesse feito para o desenrolar da prova.
A 2ª parte da década de 80 foi a altura em que melhores marcas obtive nas provas em que participei e a Nazaré sempre esteve acima dessa questão das performances, que na altura assumiam uma grande importância, como é natural em quem pratica desporto e tem 20 anos.
No passado dia 11 de Novembro, foi mais uma vez a Nazaré, ou o mar, não sei, quem tomou conta dos acontecimentos e me conduziu a vontade a partir das 11 da manhã.
Antes, cerca de 3 horas antes, já eu estacionava o carro após uma viagem calma e por caminhos já conhecidos. Desci a cumprimentar o mar debaixo duma chuva miúda e fria.
O mar é sempre diferente. O mar da Nazaré é ainda mais diferente. Não sei de será o 'canhão', ou o alinhamento entre a escarpa impressionante do sítio e o 'paliteiro' dos mastros alinhados e abrigados no porto, mas há ali qualquer coisa de especial naquele mar!!
Após os cumprimentos, o nervoso miudinho gradualmente apressa-me o passo e dirigi-me à incontornável Arcádia, para o café e o pão de deus habituais de há uns anos a esta parte. Aquele bolo meus caros leitores (...) a desfazer-se ainda morno na boca (...). Sabe sempre a pouco este deleite, mas nesta edição decidi prolongá-lo e ir desafiar a Batel a superar o desempenho daquele menu na Arcádia.
O Nuno Sentieiro há 1 ano atrás mencionara a Batel no seu comentário ao meu relato da Meia da Nazaré de 2011 e eu não sou de virar a cara a um desafio desses.
A casa tem realmente mais montra, é realmente mais pastelaria, mas não me convenceu. Afinal o que eu procuro não são as lojas mas sim objectos de prazer. Pequenos pecados da minha inesgotável gula.
A Arcadia é realmente bem mais modesta enquanto loja, mas naquilo que eu realmente procuro nas manhãs em que vou à Nazaré, que é o prazer de deliciar-me calmamente e sem barulhos a saborear o meu café e o meu bolo, ela provou ser a que melhor se adequa.
Tenho pena Nuno Santieiro, mas a Arcádia continuará a ser a eleita!!
Com 2 cafés e 2 bolos no bucho (...) seguia-se o dorsal e aí o chato de ter de esperar pelas 08:30. Fui o 1º a sair naquele domingo daquele pavilhão com o dorsal no saco e agora havia que acelerar para a 1ª parte da corrida do dia: o aquecimento!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Serei um corredor?

Ao revê-la, com um pouco mais de atenção, lembrei-me de a partilhar convosco e digam lá que é apenas distorção parental, mas eu parece-me que uma criança de 3 anos já tem todas as aptidões inatas para correr, bem melhor que quem o faz, ou pensa fazer, há muitos anos.



O posicionamento corporal, inclinado ligeiramente para a frente, a leveza que parece elevá-lo no terreno, a facilidade no movimento, que se espelha no rosto. Enfim, parece estarmos perante um pequeno grande campeão!!

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Época 2011/2012 - O resumo

Começou com a Nazaré, como qualquer época que se preze deve começar.
A Nazaré fez a preparação para a Maratona de Lisboa. Fui à Nazaré fazer um longo e um intervalado com sentido na Maratona de Dezembro. Fiz 15Kms antes e depois fiz a Meia, com 1 em cada 5Kms para séries. 

NAZARÉ 1ª PARTE

O aquecimento
Foi excelente o meu aquecimento para a Meia Maratona. Uma cadência excelente sempre acima dos 6'/Km, que resultou numa média de 127 bpm e 06':26"/Km.
Muito certinho, adequado para o propósito pretendido.

Depois, foi mudar de roupa, hidratar, meter algumas calorias e seguir para o 'main event' do dia.


NAZARÉ 2ª PARTE

A Meia Maratona
Mesmo não querendo é difícil conter o entusiasmo de percorrer as estradas da Meia da Nazaré. O objectivo era fazer as 2:00horas e pelo meio ir fazendo umas séries de 1 000mts e foi isso que aconteceu. 
  • 6º   Km - 4:27
  • 11º Km - 4:12
  • 16º Km - 4:11
  • 21º Km - 4:15
De resto o ritmo médio foi 05':33"/Km e o ritmo cardíaco de 149 bpm em média.
Apanhei muita chuva nos últimos Kms, mas a Nazaré é sempre assim, intensa em todos os aspectos.
Seria bom sinal se conseguisse continuar a iniciar as m/épocas invariavelmente na Nazaré. Era sinal que continuava a correr e a manter a tradição da corrida e onde tudo começou para mim, há cerca de 25 anos.
Entre a Nazaré e a Maratona ainda fiz, em 18 de Novembro  o Treino Nocturno de

São João das Lampas,


na excelente companhia do Joaquim Adelino, a servir de guia, visto que fui sempre no final do pelotão e não conheço bem o percurso.
Já que nunca consigo fazer a edição principal, no final do Verão, esforço-me por fazer a nocturna, em pleno e geralmente bem regado Inverno.
Para não variar uma excelente iniciativa do pessoal de São João das Lampas, com especial destaque para o Fernando Andrade, sempre um excelente anfitrião.
Depois veio a,

MARATONA DE LISBOA

Foi a minha 5ª Maratona, 2ª desde o último reinício, em Janeiro de 2010. O ano anterior havia errado um bocadinho as 04:00horas e por isso era esse o objectivo principal para a edição de 2011, baixar as 04:00 de viagem.
03:42:07 , com uma média de 05:13"/Km, foi o tempo que registei. Realce para a 1ª meta passada com o meu Filho Alexandre, que fez os 200mts da pista do 1º de Maio comigo.



Tive problemas com dores no hálux do meu pé e passei um mau bocado por volta de metade do percurso. Felizmente a coisa controlou-se e deu para superar os objectivos colocados.

UTAN - Ultra-Treino Ano Novo



Para o evento seguinte, escrevi no registo:

" UTAN - Com Serrazinas o objectivo foi unir as nascentes do Almonda e do Alcoa numa jornada com tanto de beleza como de dificuldade. Grande empeno!!

Foi uma sessão excelente. Cerca de 7 horas de movimento, numa actividade que começou pouco passava das 08:00, junto à nascente do Almonda e terminou já noite, cerca das 18:00, na nascente do Alcoa. Sempre com uma excelente companhia, sempre com a sensação de um treino realmente em equipa, onde havia um único grupo e não vários consoante o nível de cada um, com sucessivos reagrupamentos e excelentes abastecimentos, tudo a cargo da organização.
Apanhei um daqueles empenos de ter um novo andar durante alguns dias, mas valeu bem a pena!
Em 29 de Janeiro participei em mais um evento especial que constituiu a viagem anteriormente denominada de

Grande Prémio Fim da Europa.



A partida foi da Azóia, depois fiz a viagem até Sintra na companhia do António Pinho. Vi o Manuel Azevedo e a Família Bordalo, que iam noutros ritmos.

No regresso e após as instruções do Fernando Andrade, uma vez mais peça importante nesta iniciativa, vim inserido no pelotão daqueles que acreditaram no treino 'pirata' e partilhei, durante alguns Kms, a excelente companhia dum Raposão na Serra, o Senhor Jorge Branco. A amena cavaqueira só teve que ser interrompida porque perdi contacto com o António Pinho e voltei para trás, sem sorte nenhuma diga-se, pois sem o ver acabei por concluir o treino sózinho, novamente na Azóia.  Quando regressava para casa, vim mais tarde a apanhá-lo, meio perdido lá para os lados da Malveira da Serra.
Excelente treino de cerca de 30Kms em cerca de 03:30hrs numa bela manhã em Sintra.
Depois veio finalmente o evento porque sempre esperei durante o ano, 

RUNA


Foi a minha aventura especial em 2012. Será, espero, a minha aventura especial anual, enquanto conseguir correr ou mesmo andar.

Foram cerca de 100Kms e 14 horas de viagem para visitar quem eu não esqueci.

Fui correr por quem não esqueci!

Uma aventura excelente, com tudo o que era importante a ser conseguido com sucesso. Até tive a minha Família lá a meio da viagem, para dar uma força. O Guilherme, a Joana, o meu Irmão e a minha Dora. Todos foram esperar-me a meio da minha que acabou por ser também a nossa viagem. Durante a viagem tive a companhia do meu Amigo Jorge Branco, que via telemóvel injectou verdadeiras doses de adrenalina, que bem me souberam. A 1ª ainda não tinha sequer partido, por volta das 05:00 e a última, já nos alongamentos, à porta de casa. Foram mais de 10 'injecções' durante a viagem.


De resto foi o que idealizei como viagem em solitário. Para quem corre sempre a contar o tempo, para quem corre sempre a correr, soube muito bem poder andar ali todas aquelas horas só eu e os meus pensamentos. Consegui abstrair-me da questão dos tempos e concentrar-me apenas e só em apreciar todos os momentos daquele dia. Até na meteorologia tive sorte, com um dia cheio de sol, embora com temperaturas baixas ao início e no final.

Depois de Runa tudo me pareceu pequeno ...

ULTRATRAIL DE SESIMBRA


Depois, em 15 de Abril, mais uma estreia e mais um Ultra Trail. Desta vez em Sesimbra
Conheço pouco daquela zona excepcional e era à partida uma aventura acessível, o que veio a confirmar-se. Nem muito difícil nem muito fácil. Exactamente q.b.!!



Enquadramento a fazer lembrar os Candeeiros, numa magnífica volta pela Serra da Arrábida, com vistas deslumbrantes e até um cheirinho a praia, com passagem pelo Meco.

As condições climatéricas foram algo difíceis, mas não estragaram. A organização à altura do que se espera.


MEIA DA AREIA

Em 06 de Maio mais uma Edição da Meia Maratona da Areia na Caparica.

O ano passado fiz a graça de ficar em 3º classificado no meu escalão, com 01:48 conseguidos num dia de grande vendaval na Costa. Este ano coloquei como objectivo fazer 01:45. Superei o objectivo!
Esteve um dia espectacular para correr na Caparica. Pouco vento e temperatura amena. Senti-me muito bem e andei sempre abaixo dos 5'/Km. No final fiz 01:40:48. Há muitos anos que não andava tão depressa numa Meia Maratona ...

CORRIDA DO GUINCHO


Em 27 de Maio mais um evento especial: Fiz a Corrida do Guincho na companhia do meu Filho Guilherme. Uns tempos antes, o rapaz assustou-se com o que viu na balança (...) e começou a fazer umas corridas. Do alto dos seus 23 anitos, bastaram alguns treinos para logo se querer estrear numa prova comigo.

O Guincho apareceu como o local ideal para a estreia do rapaz e foi de facto uma excelente manhã na Malveira da Serra.

E até teve Padrinhos: o Vítor Silva e o Jorge Branco!! Um luxo!!

Foi um dia mais de festa e menos de competição. A estreia correu lindamente. Logo à partida fugiu-me com o Vítor e eu andei uns Kms na companhia do Jorge. Sensivelmente a meio lá me despedi da 'Raposa' e parti para os apanhar mais à frente e fazer o resto a acompanhá-lo. O rapaz ficou muito contente com a experiência e talvez seja para repetir.

A Maio sucedeu um Junho com o habitual Estágio das Areias, em Lagos, com muitos treinos em areia, como convém quando se ambiciona concluir a época na areia!

Treinos difíceis, longos e alguns deles em areia mole. Tudo adequado ao fim em vista.

Antes porém, ainda haveria de ir a Torres Novas, repetir o Trail do Almonda, prova da qual fiz a 1ª edição, em 2010 e que agora, em 2012, voltei a fazer.

TRAIL DO ALMONDA

Foi uma edição com um percurso diferente daquele que fiz em 2010. Segundo confirmado no final pelo próprio Aníbal Godinho, bem mais técnico e mais exigente do ponto de vista físico. Sendo uma prova de 30 Kms, de Trail e a 15 dias da UMA, seria sempre uma prova para fazer descontraidamente.

Aproveitei a mesma onda com que igualmente alinhou à partida o Víctor Silva e consegui tal objectivo. Alguns sustos numa descida bem técnica mas nada demais. De resto uma jornada excelente e em excelente companhia num local que quanto mais conheço mais gosto.

ULTRAMARATONA ATLÂNTICA


E se uma época que se preze deve começar na Meia da Nazaré, para a terminar nada melhor que a Ultramaratona Atlântica entre Melides e Tróia.

É uma prova difícil em todos os aspectos, como escrevi no relato que escrevi acerca dos factores que a envolvem e que a tornam desgastante sobre todos os aspectos, que não estritamente o físico, mas acaba sempre por ser mais forte que toda a razão. É o apelo pela 'aventura' que representa sempre alinhar à partida para uma prova que ainda tem alguma imprevisibilidade.

Escrevi "ainda" propositadamente, porque o apelo dos recordes de inscrições e dos tempos, está gradualmente a ganhar e a preferir o fácil e o acessível, a todas as características que esta prova originalmente tinha. Agora até houve quem escrevesse que era uma crueldade colocar cerca de 400 pessoas a fazer 43Kms na areia, dando-lhes apenas 1lt de água no decurso de tal sacrifício!?!

Para além da inversão do trajecto inicial, que partindo de Tróia deixava a parte mais difícil de Melides para o final, para além de se procurar pela organização o dia com a maré com maior amplitude, de modo a haver cada vez mais areia dura para correr e bater os recordes também do cronómetro, há quem coloque a proposta de começar a ser dado mais abastecimento no decorrer da prova.

Esperemos que prevaleça um pouco do espírito que já não apanhei, mas que me dava algum gozo conseguir. Afinal a UMA ainda representa algum desafio, porque quando deixar de o fazer, então fico-me pela Meia da Caparica, que dá muito menos trabalho!

Quanto a esta edição e sem me prolongar muito mais, uma vez que já escrevi aqui propositadamente sobre ela, apenas quero sublinhar o facto de, sendo a minha terceira participação, foi a segunda vez que cheguei ao fim, desta vez com o tempo de 04:47hrs. Foi a edição mais quente. Foi a edição em que houve mais areia molhada e por isso do ponto de vista físico terá sido a edição mais fácil, se é que o adjectivo é o mais apropriado para uma Ultra Maratona que (ainda) é feita na areia.

Problemas digestivos complicaram e de que maneira o desenrolar da prova e os últimos 6Kms foram bastante esforçados.



E assim terminou a minha Época 2011/2012.


Uma época que tenho de classificar muito boa.

Corri o que quis e o que consegui, sem me aleijar. Estreei-me nas distâncias superiores a 100Kms. Fui a Runa e voltei à Nazaré.

Foram 8 eventos principais.

5 em terrenos moles e 3 em alcatrão. Em 2 destes eventos tive os meus Filhos a acompanharem-me. Destaque natural para a 'Viagem' e para a novidade de fazer pela 1ª vez mais de 100Kms.

Estreia na Arrábida e bons resultados em todas as participações, em comparação com a época anterior.

Fica também o crescente gosto pelo Trail e a crescente fuga do alcatrão, onde para já ainda vou fazendo estritamente o essencial.

De registar o último recorde da época, obtido já no final, em que consegui baixar os 80Kgs, coisa que não acontecia há muitos anos. É um peso a manter no decorrer da época em altura de competição.

Agora a época terminou. Importa descansar mas sem retornar à estaca 0. Interessa diminuir mas sem parar. Se devo por um lado descansar o esqueleto e as articulações, não quero recuar demais. Espero encontrar o equilíbrio.

Para já, farei um defeso a correr 3 vezes por semana. Sessões curtas cujo objectivo será 'queimar' as 1000 calorias. É apenas um número. Podia correr para fazer 60', ou para fazer 10Kms. Mas isso estou eu farto de fazer nos últimos meses. Agora, nas férias da corrida, vou correr para queimar 1000 calorias. É uma maneira de afastar a monotonia do treino.

Continuarei a fazer a sessão semanal de piscina e farei 3 sessões de corrida, pelo menos até meio de Agosto. Aí farei uma avaliação ao estado em que me sentir e poderei ou não cortar as sessões semanais.



   

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Dia Mundial dos Avós

Hoje é deles, dos Avós dos nossos Filhos.
Um ainda os tem, outros já não. Todos eles, os Avós dos meus Filhos os marcaram, pelos menos aqueles que tiveram a sorte de os poderem recordar.
Para mim foi bom, claro, poder ter Avós para os meus Filhos. Fosse qual fosse o papel que eles representaram para eles.
Eu não tive essa sorte, nem me lembro dos meus Avós.
Eles, a maioria deles, os meus Filhos, têm a sorte de recordar a maioria deles. O mais pequeno é o que neste assunto tem mais sorte por um lado, porque para além de conhecer uns Avós, está com eles diariamente desde que nasceu, pelos menos com uns Avós. Quanto aos outros, Avós, ele é o menos sortudo, porque dificilmente se irá recordar deles.
Seja como for, Avós para eles e Pais para mim e tinha que deixar registado aqui, no meu ‘cantinho’ quase que privado e exclusivo para Amigos, um pensamento e umas palavras para eles.
Li hoje, algures, que se os Avós fizessem greve Portugal parava. No meu caso, não parava mas que atrapalhava bastante isso atrapalhava e o Alex Jr. não ia gostar mesmo nada.
Ele adora o Avô dele. Espera todo o dia pela hora de ele o ir buscar à “cola”, o que o Avô faz religiosamente cedo e sempre pontual. Ele adora a hora de ir para casa dos Avós dele, aqueles que ele felizmente ainda conhece, comer os petiscos feitos pela Avó, que lhos dá com aquele amor e aquela disponibilidade de que só eles, os Avós são capazes.
Neste Dia Mundial dos Avós desejo que o Alex Jr. mantenha durante muito tempo a sorte de ter os Avós ao seu lado. É uma parte dele que está mais feliz. E se ele está feliz eu estou feliz!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Ultra Maratona Melides Tróia 2012

Foto de José Melo

ou

"Pela boca morre o peixe"




Corro desde 1985. Tenho por isso e contas redondas, cerca de 25 anos de corridas, cortadas aqui e ali por paragens mais ou menos longas. Já tinha idade para ter juízo ...

Ontem cometi dois erros básicos e que são repetidamente apontados em tudo o que é livro, revista ou artigo, no topo da lista do
'O que não deve fazer numa Prova de Atletismo'!!

Bem, mas já falarei disso ...

Esta foi a minha terceira participação nesta prova emblemática que une as Praias de Melides e Tróia.

Após a estreia menos conseguida em 2010, com a desistência na Comporta, seguiu-se-lhe a desforra em 2011 onde consegui terminar com 05:00:11 e esta, em 2012, com o tempo de 04:47:03.

Mas nem tudo foram rosas para chegar a Tróia  ...

De manhã o  schedule  correu muito bem e sem precalços cheguei a Setúbal, cerca de 20' antes do horário do barco. No local havia confusão porque este ano, já com bilheteiras automáticas a fila era enorme. Resolveu-se, cerca das 06:15, com a abertura da bilheteira manual e era mais um obstáculo vencido.

Costumo dizer que a UMA é uma sucessão de vários obstáculos, dos quais os 43Kms na areia são 'apenas' uma parte no todo que é preciso ultrapassar nesse dia.

É a madrugada, é a viagem até Setúbal, é a fila para o barco, é a fila para a camioneta, é a viagem de quase 1 hora enfiado num autocarro, é a fila para levantar os dorsais, é a fila para entregar o saco, é a viagem até Tróia, é a viagem de volta ao barco, com mais de 1 Km feitos sob calor intenso e com as pernas a queixarem-se e depois ainda é mais a fila na ponte 25 de abril. Passa-se por isso praticamente o dia todo em filas. É realmente uma Prova desgastante em todos os aspectos, que não somente o físico.

Pelo meio ficam os primeiros encontros com malta amiga destas andanças. Ainda no ferry foi o grande  Fernando Andrade na qualidade de totalista da prova e que mais tarde me iria acompanhar até Melides o que tornou a viagem bem menos dura. Depois em Tróia, na camioneta, foi o Joaquim Adelino em mais uma aventura, após as últimas em que participou.

Chegado a Melides, levanto o dorsal (122) e segue-se-lhe o café habitual + bolo, que é o 1º reforço da manhã.

Dirijo-me para uma esplanada, das muitas que por ali ainda se encontram fechadas e armo o estendal. Em cima de 2 mesas coloco tudo o que irei precisar e calmamente tomo o 2º reforço da manhã. Um leite com chocolate e uma sandes de fiambre.

Este ano deu-me a ideia de não estar tanto tempo sem comer de manhã, antes da partida. Após o pequeno almoço em casa, que tomei antes das 05:00, são cerca de 4 horas até à partida. Assim ontem decidi em evitar tal vazio ao meu estômago e fui-lhe dando 1, 2 e mesmo 3 reforços, antes das 09:00.

Aqui o meu 1º erro básico: nunca inovar no que a alimentação diz respeito no dia da prova.


Aqui terá começado, muito provavelmente a explicação para as dificuldades por que passei ontem, principalmente na 2ª metade da prova.

Tomado o 2º reforço começo a dedicar-me aos pés. Com toda a calma e cuidado dedico-lhes os principais cuidados, pois deles depende grande parte da prova. Ontem decidi-me também por escolher uns ténis que nunca escolhi para os testes que fiz para esta prova, ou sequer nunca usei nos treinos longos que fiz no Estágio das Areias ou nas posteriores 2 viagens que fiz à Lagoa. Decidi-me baseado apenas nas características do sapato, que com malha mais apertada, me ajudariam a não entrar tanta areia nos pés.

E aqui foi o 2º erro básico: nunca usar equipamento novo ou não testado em situações idênticas às da prova.


Os ténis, de facto não são novos. Já corri com eles muitas vezes, mas nunca em treinos longos. O tamanho é o correcto mas a forma é ligeiramente mais estreita que os meus habituais ASICS e daí a asneira de os ter escolhido. É certo que realmente pouca areia tinha nos pés no final da prova, mas por outro lado tinha o que me pareceu no final, quando me descalcei na praia, um 6º dedo no meu pé direito, tal era o tamanho da bolha que ali nasceu  ...

Voltando novamente ainda aos preparativos e depois de me equipar completamente, são 08:30 e é tempo do 3º reforço da manhã, este constituído por fruta.

Terminados os preparativos encaminho-me para o local de entrega dos sacos e encontro o José e o Bernardo Bordalo com objectivos diferentes. Para um foi mais uma edição da UMA e para o outro a estreia. Haviam de correr bem aos dois os respectivos objectivos e ainda bem que assim foi.

Estava perto da partida, eram 08:50 e completamente pronto para a prova. Tinha confiança no 'trabalho de casa' que fiz nos últimos meses. Sabia que estava bem melhor que em 2011. Tinha a certeza que por falta de pernas não iria falhar, como não falhei de facto.


Foto de José Melo


O ano passado claudiquei aos 33 Kms. Em 2011 encontrei o Víctor Silva por volta dos 10 Kms e entusiasmado acompanhei-o durante cerca de 10/15Kms. Tal graça custou-me depois mais à frente, chegado aos 33 Kms, ter ficar nas 'covas' e ter passado as passas do algarve para fazer os restantes 10 Kms de prova, que são 'apenas' os mais difíceis da prova.

Ontem tinha a lição bem estudada. Tinha interiorizado uma tabela de tempos / Km e tempos de passagem para me ir guiando.

E esta táctica resultou até à Comporta ...

Os 1ºs Kms da UMA são sempre complicados. A areia é pouco densa e solta e a inclinação do terreno acentuada. Mas é numa altura em que ainda há muita perna e muito pulmão e a coisa disfarça. Ontem fiz os 1ºs 5,5Kms a cerca de 07:20" / Km. Era o planeado. Passar aos 5,5Kms com 40:00".

Aqui, entre os 5,5 e os 8,5 começo a sentir o pé direito e começo a dizer mal da vida. Senti o dedo do pé direito que apenas a 5 Kms da partida começava a reclamar de se sentir mais apertado do que o desejável. Pareceu-me areia e parei mesmo. Não havia como ignorar o aviso. Descalcei-me e nada de areia, apenas vestígios da muita vaselina que havia colocado, antes da partida. O dedo doía apenas e porque o pé estava mais apertado do que era costume. Felizmente tinha no bolso da camisola uma bisnaga de vaselina, que anda sempre comigo e vai de reforçar a aplicação local.

Continuei ...

Segundo trajecto a subir para os 7'/Km e o corpo continuava à vontade. Senti sempre grande à vontade neste período. 8,5Kms e 01:00:00. Tal como o planeado e tudo bem.

A partir daqui o ritmo iria subir para uns confortáveis 6:30"/Km que deveriam manter-se até à Comporta, com 28,5Kms de prova. O corpo respondeu favoravelmente e passei a rondar 06:15 / 06:20 sem qualquer dificuldade. Foi também a altura em que a maré estava mais favorável. A areia estava muito boa e até agora o vento quase não se sentia. O calor esse sentia-se e bem!!

Por volta dos 14,5Kms e embora não me apetecesse (...) meti o 1º reforço calórico, um gel. E a partir daqui o meu estômago nunca mais iria ser o mesmo. Aquele gel, morno, caiu-me muito mal. Procurei ignorar e segui viagem. Por volta dos 20Kms novo reforço, uma barra. Assim que a comi tive a certeza que algo de errado se passava porque sentia o estômago a ferver ... e sentia-me extremamente agoniado.

Segui viagem ...

Passei pelo Luís Miguel e mais lá à frente pelo António Almeida. Encontrei o António à partida e depois aqui, alguns metros depois do abastecimento na Comporta e foi também aqui que consegui finalmente chamar de porco a um porco que por ali andou ontem, misturado com os atletas.

De facto o episódio passou-se a poucas centenas do abastecimento, onde eram entregues aos participantes 2x0,5lts de água, onde havia vários locais para deixar lixo. Estava eu a recomeçar a corrida, precisamente depois de encher o meu bidon, quando vejo o tal porco, uns metros à frente do António Almeida, a deitar uma garrafa para o chão, ali, como se existisse ali um caixote de lixo e sem sequer pestanejar. O António de imediato chamou a atenção, mas de nada serviu. Depois, quando passei pelo porco chamei-lhe porco na cara e pude ver e tinha uma cara absolutamente normal, ninguém diria à partida que tinha um  P  maiúsculo na testa!!

"... isso não lhe fica nada bem ... "   disse-lhe. "  ... apenas a uns metros atrás tinha um saco para deitar a garrafa seu porco ... ". Nem obtive uma resposta. O porco assumia que o era!! Um gajo novo, aparentemente pelo corte de cabelo e pelo bronzeado, um magala, a quem faltou uma chibatada do sargento, ou mais precisamente uma palmada do Pai, uns anos antes, na tentativa de lhe dar alguma educação. Agora possivelmente será tarde demais, provavelmente até se prepara para um dia destes passar a algum descendente tais ensinamentos. Que pena para o descendente!!

Há os que correm quase que lamentando deixar atrás de si as marcas dos sapatos na areia, ou terra, ou trilhos e há os que infelizmente deixam uma pegada ecológica que demorará várias gerações a ser assimilada pela natureza. Há os que veneram locais como os que atravessei ontem e outros que estão mais preocupados com outras questões e deixam estas para os outros, procurando imaginar que cabe aos outros esse tipo de preocupações. Que idiotas!!   ou "asshole"   que traduz melhor o adjectivo mais adequado a este tipo de gente.

São os porcos e os trapaceiros dos nossos pelotões. São afinal o reflexo da nossa sociedade, atrasada e bruta. Que tristeza senti ontem ao passar por tantas embalagens vazias de gel, de barras, garrafas e tampas. Que revolta por me sentir impotente perante tanto relaxe!!

Estávamos perto dos 30Kms e aqui tive a visita do Francisco Monte, que como no ano passado veio correr uns metros ao meu lado. Só quem corre sabe a importância de ter alguém ao lado num momento tão intenso como este. Confesso que preferi quando em 2011 o Francisco me acompanhou no último Km. Mas mesmo assim foi uma óptima companhia, durante uns escassos segundos. Obrigado uma vez mais Francisco.

Alguns minutos à frente seguiu-se 1º o Bernardo e pouco depois o José Bordalo. O estreante ia com um ar concentrado mas sereno. Denotava um à vontade e um ritmo confortável. Desejei-lhe um bom resto de prova e repeti o cumprimento pouco metros à frente, ao José Bordalo, num passo económico e igualmente confortável.

Nos 28,5 o plano era reduzir o ritmo novamente para os 7'/Km e manter tal ritmo até aos 37,5Kms. Não o fiz!! E errei!!

O esforço era maior porque o vento começou a fazer-se sentir por volta dos 30Kms e agora a resistência era muito maior.

Sentia-me apesar disso muito bem, àparte o estômago e optei por continuar naquele ritmo, entre os 06:15 e os 06:30.

Mas o meu estômago não aguentava nada a não ser água. A sensação de enjoo acentuava-se a cada Km. Ia consumindo largas dezenas de calorias e nada restituía ao organismo.

Passei pelos 33 Kms, local onde em 2011 havia ficado sem 'combustível' e sentia-me ainda bem e com alguma disponibilidade, mas as pernas começavam a fraquejar.

Foi já com algumas dificuldades que cheguei aos 37,5Kms. Com um tempo próximo das 04:00, contra as planeadas 04:15, estava cerca de 15' adiantado, mas também prestes a ficar uma vez mais sem combustível. Foi aqui que passei pelo Fernando Andrade, que ia já em esforço, mas numa passada certa e constante.

Cheguei aos 39Kms já em grandes dificuldades e tive que optar pela marcha, ainda que com ritmo alto. Ao contrário do que se passou em 2011, em que após cada período de marcha senti disponibilidade física para recomeçar os períodos de corrida, ontem sentia-me completamente esgotado. O problema não era de pernas, o problema é que não havia combustível para me fazer correr e os últimos 4Kms foram feitos em grande dificuldade.

Consumi no meu esforço mais de 4.000 calorias e ingeri apenas cerca de 400, num gel e numa barra. Toda a prova foi de resto apenas a água. Era impossível o resultado ser outro.

Fiz cerca de 200mts finais em corrida, apenas para a foto. Acabei a minha prova mas estava esgotado. Fui aos balcões de abastecimento e quase não consegui beber um copo de isotónico. Tinha vómitos e náuseas acentuadas. Saí dali e fui para a praia, para um desejado banho e quando me descalcei olhei para o meu pé direito e vi com surpresa que afinal tinha 6 dedos!! Olhei melhor e num dos dedos de origem tinha de facto uma bolha enorme, do tamanho do dedo. A vaselina possibilitara-me a sorte de poder esquecer, mas o resultado estava bem à vista!!

A minha UMA de 2012 estava terminada.

As queixas:
  • 1 bolha num dedo do pé
  • 1 ferida na anca, no local do cinto da bolsa do bidon
  • 1 mega hiper enjoo (não comi nada o resto do dia. Apenas 1 sopa à noite)

O mais:
  • O ter concluído mais uma prova, que envolveu 2 meses de muita luta

O menos:
  • Os porcos

Durante os próximos 10 meses não quererei falar ou pensar mais na UMA ...









terça-feira, 10 de julho de 2012

Trail do Almonda

O Trail do Almonda estará sempre ligado a mais um recomeço, entre os vários que a minha carreira de corredor de pelotão já conheceu. Após esta última interrupção, devido à cirurgia meniscal de Outubro de 2009, fiz o Trail de Vale de Barris, em Abril de 2010 e a que foi a 1ª edição do Trail do Almonda, em Julho do mesmo ano.
Estas 2 provas constituíram a minha estreia no Trail, até então desconhecido para mim. Com este retorno, voltei a correr e com estas experiências nasceu o gosto por um tipo de actividade que alia a componente lúdica à exigência física e mental.
Em 2011 não participei para não comprometer a participação na UMA, mas este ano e com 15 dias de intervalo não podia recusar o convite do Aníbal Godinho.
Num formato renovado, com novo local de partida e percurso alterado, a prova era assim uma incógnita à partida. A juntar a esses factores, o facto de estar na fase de maior carga na preparação para Melides e por isso me sentir algo cansado.
A prova começa praticamente com uma descida longa e técnica, o que logo ali provoca um congestionamento de alguns minutos. Depois corre-se por estradões, por zonas calcárias, calhaus, por zonas mais arborizadas onde a vegetação nos arranha , descidas muito técnicas e subidas onde a progressão é por vezes feita em filas, mais ou menos longas, na sua maioria onde a progressão é difícil.
Se não me considero grande trepador a descer ainda sou mais inseguro devido à minha altura e ao posicionamento do meu centro de gravidade a que se junta uma grande falta de experiência. Por isso estas zonas foram durante todo o percurso os focos de maiores sustos, que me lembre cerca de 3 a 4 ocasiões em que estive prestes a 'riscar a pintura' ou mesmo 'amolgar o pára-choques' :-)!!
Contei com a companhia do grande Víctor Silva, que no rescaldo da sua participação na Madeira participou em descompressão. Foi uma companhia excelente durante as 4 horas que por ali andámos. Ele ajudou-me também no combate do síndrome do 'fussão da estrada'. Este síndrome, que me acompanha desde a "escola" de estrada e que me provoca perturbações a nível psicomotor sempre que vejo um corredor à minha frente, ao meu lado ou mesmo atrás de mim. Foram muitos anos de estrada e ainda é uma influência com que fiquei desses tempos, o de considerar como um 'adversário' quem por ali anda a correr como eu. Alguém de quem importa fugir a qualquer custo, sob pena de ficar à minha frente e ganhar-me na luta pela 674ª posição!!
Com o Víctor esse aspecto foi esquecido, em relação a outros bem mais interessantes, como o relato pormenorizado de todos os aspectos que rodearam a sua recente experiência na Madeira.
A 250mts do final encontrou a esposa e ficou um pouco para trás. Esperei alguns segundos por ele e acabei por cortar a meta imediatamente seguido por ele, o que acabou por ser muito bom.
Embora aquém do que gostaria, a minha prática em corrida de trails tem vindo gradualmente a aumentar tanto em termos quantitativos como qualitativos.
Esta edição de 2012 foi quanto a mim positiva em tudo, excepção feita ao capítulo do banho final, que não correu muito bem e espero que venha a ser melhorado. Gente demais para o local, ou local pequeno demais para tanta gente.
O registo gravado pelo fiel 'SILVER'


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Viagem em solitário à Lagoa

É das sessões mais longas e difíceis que retiro mais prazer. Em condições normais, só ao fim de 45' a 60' o corpo está apto e disponível para o esforço e é aí que começo realmente a gozar o treino.
A sessão da última quarta-feira, dia 4/Jul foi disso exemplo.
Estava receoso porque no treino curto do dia anterior sentira-me sem forças e sem ritmo. Era mais um 'longo' na sequência da preparação para a UMA de 2012 e era importante sobre todos os aspectos que me corresse bem.
Comecei às 19:20 e tive o cuidado em manter um ritmo certinho, o mais próximo possível dos 6'/Km e em parar para beber um pouco de água de 5/5Kms. Mas mesmo com esses cuidados todos, aos 10Kms sentia-me cansado e pensava já como iria fazer ainda mais 20.
Entre os 10 e os 15Kms senti uma nítida melhoria o que me deixou mais animado. Cheguei à Lagoa às 20:55. Fiz exactamente 1:30hrs na ida. Voltei-me para o retorno e fui brindado por um pôr do sol magnífico sobre um mar picado pelo vento forte que soprava de NW. Vento que com os 15Kms nas pernas me iria acompanhar em todo o retorno, até ao final.
Decidi que tinha mesmo de fazer um esforço, principalmente nos 1ºs Kms para manter o ritmo e não deixar o corpo ir abaixo. Isto fora exactamente o que sucedera no domingo anterior, em iguais circunstâncias no longo que fiz no mesmo local, em que no regresso me fui abaixo, valendo na altura uma boleia que apanhei nos 20Kms e que me permitiu chegar à Caparica em condições.
Mas neste longo eu estava sózinho e a noite aproximava-se não sendo nada provável que aparecesse alguém, por isso arregacei as mangas e felizmente correu-me bem.
Com a ajuda do ritmo da minha playlist avancei determinado.
O vento forte e o cansaço eram obstáculos que tinham de ser vencidos e felizmente entre os Kms entre os 15º e 20º foram determinantes  para o sucesso deste longo. Depois dos 20Kms era manter e gerir até ao final.
A partir dos 20 deixei de ter luz e ainda apanhei um susto com um tropeção numa corda de bóia na Fonte da Telha e com um tractor de pescadores, a surgir do meio do escuro pelas minhas costas, perto demais para o meu gosto. Passados alguns Kms, haveria de me assustar outra vez, quando vi a minha imagem reflectida na areia à minha frente, pensava eu devido a novo tractor. Voltei-me para dar de caras com uma enorme Lua, que grande e amarela nascia atrás de mim!
Após o 20º Km mantive o ritmo e depois o resto foram Kms a passar, apenas importando gerir o esforço.
No regresso fiz 1:26hrs. 4 minutos a menos portanto do que na ida, mais fresco e com o vento a favor.
Gostei do treino e mais importante, gostei da forma como consegui ultrapassar aquela dificuldade no início do retorno.
Parece-me que foi um passo em frente para a UMA.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Estágio das Areias - Cap. III

Nos episódios anteriores relatei as 2 primeiras semanas do Estágio das Areias.

Partilhei convosco uma etapa importante neste estágio que reside no facto de ter percorrido numa semana de treinos, 6 dias, a bonita distância de 113Kms. Que se cuide o Eusébio Rosa ... :-))

O principal objectivo que tracei à partida para este estágio foi o de fazer Kms. Mais importante do que correr em areia seca, considerei que seria ganhar endurance, ganhar Kms nas pernas e na cabeça ...

Na cabeça reside um capítulo muito importante na questão de fazer ou não fazer uma prova como a UMA. As dificuldades que se colocam sobre todos os aspectos numa prova com aquelas características são ultrapassados em primeiro lugar pela cabeça e depois pelas pernas. A capacidade de aguentar essas dificuldades e ultrapassá-las deve ser também treinada. Com este forcing que estou a fazer aqui, testo realmente os limites em aguentar um esforço suplementar. Por isso aumentei os Kms e até agora tenho-me aguentado.

Passemos então ao remate deste Estágio das Areias!

25 de Junho, às 07:00
arranca a 3ª e ultima semana de estágio. Acentua-se o estado de cansaço generalizado. De manhã, quando início o treino, o corpo grita por socorro (!!!) A maré está agora cheia e ando em areia mais mole e terreno inclinado, tal como irei encontrar em Melides daqui a poucas semanas. Faço o trajecto 'base' de casa até à praia mas o ritmo baixa para os 6':30"/Km devido à areia mais mole. Tenho que me esforçar por olhar para baixo para conseguir manter esta cadência que exigindo esforço não me coloca demasiadamente ofegante. Hoje o regresso é um pouco mais alargado até casa.
19Kms - 120'

26 de Junho, às 07:30
esta 14ª sessão, que constou em mais um treino 'longo', foi muito complicada de concluir. Após as 2 horas de ontem, fazer 2:40 hoje foi muito difícil. Com a maré bem cheia, fiz duas voltas à Meia Praia, com a ida por dentro e o regresso pela praia. Principalmente na 1ª volta, em que apanhei a maré mais cheia, os músculos ressentiram-se com o esforço acumulado. Na 2ª volta passou-me pela cabeça fazer uma pausa. Felizmente não fiz nenhuma, pois a parar uma vez tenho a impressão que fazia o resto a passo.
26Kms - 160'

27 de Junho, às 07:30
15ª sessão e parece-me que o mais difícil está feito. Depois desta sessão vou começar a diminuir um pouco porque no próximo domingo, 1 de Julho, tenho um longo lá em cima, numa viagem até à Lagoa de Albufeira. Hoje voltei à Meia Praia em maré cheia. Andei num ritmo perto dos 6:15.
17Kms - 105'

28 de Junho, às 07:30
16ª sessão e iniciam-se as despedidas dos locais predilectos deste estágio de 2012. Hoje despedi-me das arribas de Porto de Mós. É um trajecto difícil porque começa logo a subir, mas a dificuldade do trajecto é minimizada pelas vistas excelentes lá de cima.
9Kms - 55'

29 de Junho, às 07:30
17ª e última sessão em Lagos. A despedida tinha de ser na Praia. Na Meia Praia que foi o local mais visitado e percorrido nestas 3 semanas muito durinhas mas recompensantes igualmente.
19Kms - 120'

Distância percorrida: 90Kms


Distância percorrida durante o estágio: 284Kms
Sessões: 17

E assim terminou como começou este Estágio das Areias: em beleza!!

Corri, cansei-me e diverti-me muito. Além disto tudo não me aleijei!!

Enchi as vistas com paisagens deslumbrantes e os pulmões com o ar que por ali é muito bom.

Bati os recordes de semana e mês com mais quilómetros.
  • Semana 25: 113 Kms
  • Mês de Junho: 352 Kms

Daqui para a frente o objectivo é continuar a ganhar Kms nas pernas, fazer mais uns longos, fazer Almonda com calma (...) e depois aguardar pacientemente pela partida do ferry em Setúbal, no próximo dia 22 às 06:00.



Na impossibilidade de ilustrar com algumas das fotos que tirei, uma vez que o laboratório se atrasou no seu envio    ;-)   , deixo-vos alguns registos do meu fiel 'SILVER' para ilustrar doutra forma os principais locais de treino.

1. Porto de Mós
Percurso que fiz algumas vezes, percorre arribas desde Porto de Mós até à Praia da Luz. Vistas fenomenais.


2. Meia Praia
Este foi o percurso que mais vezes fiz. Com cerca de 17Kms começa a descer e acaba a subir, o que até é bom. Passa pela zona da Marina e da Lota antes de chegar à Meia Praia.

3. Circuito das Praias
O melhor percurso deste ano. Percorre em arribas todas as praias entre a Luz e a Meia Praia.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Estágio nas Areias - Cap II

Continuação ...

Relatei-vos, fiéis leitores, no anterior artigo, os 1ºs eventos daquele que chamei Estágio nas Areias, decorrido em Lagos.

Num cenário de praia e falésias, a realização dos treinos em locais fora do habitual dá motivação extra.

Ao final da 1ª semana de estágio o cansaço faz-se sentir de uma forma bem nítida. Há que sublinhar o facto de os 51 anos deixarem marcas profundas.

Tento contrariar o cansaço com uma alimentação um pouco mais cuidada do que o habitual, com bastante oxigenação e sobretudo com o máximo de sono que consigo obter. Normalmente o recolher fez-se sempre antes da meia-noite, apesar de algumas tentações, mas nisso o 'mister' foi completamente inflexível! Resultou que normalmente dormi cerca de 06:30, uma vez que a alvorada rondou quase sempre esta hora.

Das coisas de que não prescindi foi obviamente da minha cervejinha diária, de acompanhar algumas refeições com vinho e de um ou outro sugo ou goma que fui conseguindo subtrair ao pecúlio do Alex Jr.


18 de Junho, às 08:15
arranca o 7º treino, agora já na 2ª semana de estágio.
Para começar em beleza e após o dia de descanso, inventei um novo esquema, pq a necessidade aguça o engenho ...
Pedi à vasta equipa que me acompanha para me transportar o pequeno almoço, a roupa, as pomadas, as bebidas, e todo o vasto equipamento e opcionais que me acompanham neste estágio e que fosse ter comigo à praia.
Este pequeno ‘ovo de Colombo’ permitiu-me obter o que andava à procura desde o início deste estágio: tempo para correr com tempo!!
6******. Resultou.
Saí de casa mais tarde pq os cães tinham de ter também a saída deles. Rumei para o local do ‘crime’, a praia obviamente, a areia. Depois foram 2 horas de puro deleite. Fiz 4 praias, sempre em ritmo controlado. No final, os últimos 1,5 Kms foram em areia mole. Excelente sessão em que o foco esteve no facto de ser em modelo de circuito, ou seja, ultrapassar o complicado que é chegar ao final da 2ª série e saber que ainda temos de fazer nova volta, com mais uma ida e uma volta. Mas até acabou por correr tb bem esta parte e a 2ª viagem fez-se sem grande dificuldade.
25Kms – 02:30

19 de Junho, às 07:30
mais uma sessão para o mesmo local: a areia da Meia Praia, ainda e sempre à disposição. Depois da sessão longo de ontem, foi mais difícil fazer a sessão de hoje, mas fez-se.
16 Kms – 01:40

20 de Junho, às 07:30
arranca o 9º treino em direcção à areia. Hoje mais uma sessão igual à maioria das anteriores, com o pormenor de ter sido um pouco mais rápida que as anteriores. A maré continua de feição para fazer Kms na areia e eu não rejeito tal oportunidade. Sinto-me muito cansado e repetidas vezes me questiono se irei aguentar continuar neste ritmo mais 1 1/2 semanas.
16 Kms – 01:35

21 de Junho, às 07:00
arranca o 10º treino em direcção à areia. Hoje levantei-me às 06:30 e porque tinha mais tempo repeti o programa da sessão anterior só que na praia, fiz o regresso novamente pela areia seca, junto às dunas. Depois foi o regresso bem puxado, a concluir uma sessão boa.
16 Kms – 01:45

22 de Junho, às 07:30
este, que foi o 11º treino, foi um dos melhores deste estágio, até agora. Troquei com a Joana a tarefa do passeio higiénico dos cães e novamente com tempo extra aproveitei e inventei um trajecto novo. Fiz o que chamei de Circuito das Praias. A necessidade de variar locais e ritmos está sempre lactente e estou sempre a pensar o que posso fazer para não cair em rotinas. Assim saí em direcção às falésias de Porto de Mós, fui até à Praia da Luz, retornei a Porto de Mós e depois foi a sucessão de pequenas e belas praias até à Meia Praia. Canavial, Ponta da Piedade, Camilo, D. Ana, Pinhão, Estudantes, Batata e Meia Praia, com uma ida e uma quase volta para perfazer os 25Kms.
Excelente sessão em excelente percurso maioritariamente em terra/areia.
25 Kms – 02:30

23 de Junho, às 07:30
motivado pela descoberta de ontem, repeti nesta 12ª sessão o programa, excluindo a ida à meia praia. A temperatura está a aumentar e o vento a diminuir, felizmente, ao fim de quase 10 dias sem dar tréguas.
15 Kms – 01:40

E com mais este episódio terminou a 2ª semana de estágio.
De salientar em 1º lugar que nesta semana bati o recorde de Kms feitos numa semana!!
As temperaturas são por aqui habitualmente amenas. O vento, pelo contrário é uma constante soprando geralmente forte.
Fiz 2 treinos longos numa semana e estou completamente de rastos. Ainda tenho pela frente mais uma semana e sinceramente questiono-me se não estarei a querer demais.
Distância percorrida: 113Kms


Continua ...

terça-feira, 3 de julho de 2012

Estágio das Areias - Cap. I


11 de Junho, às 07:20 
começa o 1º treino deste estágio de verão, nas areias da Meia Praia, em Lagos
A maré está cheia, o vento sopra forte e cai uma chuva fininha, daquela que se transforma em milhões de pequenos alfinetes, que embalados pelo vento forte, embatem na pele.
Saio de casa e desço a Av. das Descobertas até à Marina. Atravesso a pequena ponte por cima da Ribeira de Bensafrim e estou na Lota, onde o movimento é quase nulo. Para além do vazio que se sente aqui, fruto duma indústria que já teve melhores dias, trata-se duma segunda-feira, dia de descanso para as gentes que ainda dependem do mar para o seu sustento, ou parte dele. Transposta a Lota estou praticamente no início da Meia Praia, São Roque mais precisamente. Um extenso areal, que liga Lagos ao Alvor, numa imensa e única praia de 5 Kms.
Transponho algumas dunas e estou na praia.
O ‘Silver’ marca 3 Kms e agora, daqui para a frente é só areia.
Encho a vista com aquela enorme paisagem. Encho o pulmão com o esforço que se inicia, assim que os sapatos ficam com a sola dentro de areia fina.
Para lá o vento ajuda um pouco, por isso a maior dificuldade coloca-se na areia, na inclinação e em alguma e pouca chuva, fria.
Mas para cá a coisa muda de figura. Assim que dou a volta junto a Alvor o vento faz-se sentir e o regresso é feito com mais calma.
Sinto as pernas com força, embora a sensação de pouca vitalidade dos últimos dias se mantenha.
A chuva cai a espaços e o vento contra levanta maiores dificuldades na progressão. De qualquer modo é o 1º dia e estou ainda fresco pelo que chego a Lagos sem grandes dificuldades. Falta agora o resto, novamente os 3 Kms, sempre a subir, até lá acima, ao miradouro onde termino o treino, com 16 Kms de extensão. Faço os alongamentos, com vista ainda para a Meia Praia e depois são mais 300mts até casa.
Um bom começo.
16 Kms – 1:40hrs

12 de Junho, às 07:40
começa o 2º treino. Hoje, planeado para ser mais fraco do que o de ontem, vou para as falésias sobre a Praia de Porto de Mós. Este trajecto, normalmente o dos dias de ‘descanso’ é maioritariamente em terra batida em caminhos rurais que ligam Porto de Mós à Praia da Luz, numa extensão aproximada de 5 Kms. Adicionando os 2 Kms até casa, dá cerca de 9Kms. Tem o contra de ser quase sempre a subir na 1ª parte, mas é curto, mole e tem bons cenários. Sinto hoje + as pernas, mas é uma passo de cada vez e este foi mais um, para a frente.
9 Kms – 0:55hrs

13 de Junho
3º treino, repetido o programa do 1º dia, com ida e volta até ao Alvor, com passagem pela Meia Praia. A subida final sempre exigente, seguida dos alongamentos no miradouro com vista para o mar.
16 Kms – 1:40hrs

14 de Junho, às 07:40
começa o 4º treino deste estágio nas areias. Levei o carro até à praia pois do programa para hoje consta um sempre apetecido 100% de areia. Para lá a viagem foi calma, sempre junto ao mar, com areia quase rija, mas no regresso o ‘mister’ aponta para cima, para a areia bem mole junto às dunas e o regresso é bem mais puxado. Neste cenário de treino, as instruções são claras: “face down and baby steps”, que é como quem diz olhos no chão e passada curta, muito curta. Se olho para a frente, para o horizonte, automaticamente a cabeça começa a querer andar mais depressa e o objectivo do treino perde-se.
11 Kms – 1:10hrs

15 de Junho, às 07:30
começa o 5º treino. Após estes dias com treinos seguidos as pernas queixam-se. Mesmo com a antecipação em 15’ no despertar, não consigo fazer os Kms que queria, mas vou fazendo o possível atendendo que estas férias não são só minhas ...
Hoje, uma vez mais 100% areia, mas sempre em areia densa da maré vazia. Na ida a viagem foi calma, a 6’/Km, mas no regresso o ritmo subiu para perto dos 4:45’/Km, qualquer coisa muito aproximada da intensidade que fiz na Meia da Caparica. Depois, seguiram-se cerca de 2 Kms só para arredondar a distância final.
13 Kms – 01:15hrs

16 de Junho, às 07:30 
esta que é a 6ª sessão de treino, mantém o horário de arranque para os treinos conseguido nos últimos dias. Devia ser ainda mais cedo, mas que raio, estou em férias!!
Bem ou mal, só o futuro o poderá confirmar, opto novamente pelo circuito maior, entre casa e a meia praia. Tenho 16 Kms em que 6 são em alcatrão e o resto em areia. Não é o ideal mas faço quilómetros que é coisa que me faz falta. O ritmo mantém-se maioritariamente nos 6’/Km. Só o meu fiel 'Silver' consegue manter-me nesse ritmo, que é o que posso e devo fazer para que o objectivo seja alcançado. Hoje maioritariamente ouço os CCR, um grupo que foi ícone na música do meu tempo. Ontem foram os GK, em origens e ritmos bem diferentes. Aqui vos deixo, fiéis leitores, um pequeno enigma para adivinharem de que grupos se tratou na realidade ...
16 Kms – 01:35

E com este episódio termina a 1ª semana de estágio.
Curioso o facto de nunca ter necessitado do despertador para acordar, mesmo apesar de ter 2 alarmes definidos, com a diferença entre eles de 5', nunca nenhum deles chegou a tocar.
Depois foram maioritariamente treinos em areia. Uns em areia rija e outros nem por isso, mas em areia. O cenário não se pode desperdiçar e é realmente motivador fazer aqueles 10Kms de areal.
Estou este ano a fazer mais Kms do que no ano passado.
A fasquia naturalmente subiu este ano e tenho como objectivo terminar a Ultra Maratona Atlântica em melhores condições do que no ano passado, onde acabei com 05:00 horas, mas em que nos últimos 10 Kms fiz 2 Kms a correr e 1 Km a passo.
Sinto por isso necessidade de ter mais Kms nas pernas e isso começa já aqui e agora.
Distância percorrida: 81Kms

Continua ...