quarta-feira, 20 de maio de 2015

III Trilhos das Lampas

'Nasceu' há três anos, com pézinhos de lã, mas bastou o empenho duma grande equipa para fazer dos Trilhos das Lampas, ao fim de apenas 3 edições, uma referência.

Desde que se entra naquela Vila que nos saltam aos olhos os por(maiores). A sinaléctica a orientar quem chega, o sabonete numas IS públicas (coreto) e este ano o irrepreensível secretariado, que receptivo a alguns alertas de 2014 corrigiu algum desacerto que no ano passado causou algumas filas. São coisas que reparamos. Que reparo e pelo que conheço que se faz por aí, considero dever ser sublinhado.

Mesmo tendo chegado tarde a São João das Lampas, cerca das 18:30, demorei menos de 1 minuto a obter o dorsal.

Depois vem a prova e as características duma região predisposta para ser percorrida, explorada e apreciada. Há de tudo nestes trilhos. Corre-se, sobe-se e desce-se, desde que haja pernas. Há alcatrão, estradão, trilho, pedra, areia, lage e água doce e salgada.

É do ponto de vista físico uma prova perfeita para se fazer uma estreia no trail. Há um equilíbrio entre dureza e beleza, numa distância que não sendo longa, também não é curta. E está nos arredores de Lisboa!

Tudo isto somado e está explicado o sucesso e a adesão que esta prova merece.

No capítulo da prova apenas um mas, para o facto da Organização dar vantagem na partida aos associados na ATRP. Não percebo (*) quais as razões e em princípio não concordo que haja qualquer tipo de vantagem entre participantes à partida. Se não concordo nas provas de estrada, muito menos concordo com as provas de trail, onde há um espírito saudavelmente diferente, por enquanto pelo menos.

Desta vez e a 1 semana de Portalegre e do meu 3º UTSM, adoptei a táctica de correr da frente para trás. Lembrava-me das longas filas formadas o ano passado e quis este ano fazer a prova toda com a hipótese de a fazer em corrida, embora tenham havido partes em que por limitações físicas não o fiz.

Ciente do risco que corria querendo ir mais rápido ao início, mas mesmo assim arranquei com um ritmo de 5'/Km.

Quando cheguei aos 8 Kms, levava 44' e nada de filas. Comecei aí a controlar o passo. Não abusei nas partes mais técnicas e baixei o ritmo.

Passei na Samarra ainda com sol, o que não aconteceu nas edições anteriores. Dali para a frente foi sempre a controlar, de modo a terminar confortável.

Não pude ficar a gozar a sopa e o momento. Ficará para a 4ª edição espero eu.





(*) Publico hoje este texto, que no entanto foi escrito logo a seguir ao 9 de Maio. Entretanto já troquei algumas mensagens no FB com o Fernando e o assunto das partidas foi por ele esclarecido e está encerrado para mim.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Trail Run Longo das Linhas de Torres

Torres Vedras surgiu no meu calendário:
  • por ser uma 1ª edição,
  • por envolver uma vertente histórica importante, a lembrar que nós Portugueses já fomos um Povo com 'pêlo na venta' e não uma cambada de carneiros que se baixam, num servilismo vergonhoso, nos corredores do parlamento europeu,
  • por ser perto de casa,
  • por se realizar numa zona que muito aprecio e
  • por ter a distância ideal a cerca de 1 mês de distância de Portalegre.
1º ficou-me na retina, mas logo depois, num rasgo de originalidade, a organização decide que a prova da Ultra, com 75Kms, seria efectuada estritamente através de coordenadas GPS, a partir dos 40Kms (!!!).

E assim, ficou logo ali colocada de lado a hipótese de alinhar na distância maior. Por falta de empenho ainda não investi tempo suficiente para conseguir navegar através de ficheiros de coordenadas no meu Silver e entendi que não seria de modo imposto que o faria em 18 de Abril.

Fiz assim a 'agulha' para o chamado "Trail Run Longo", com cerca de 40 Kms, que não tendo sido a 1ª escolha não deixava de ser uma distância jeitosa e representar uma hipótese de fazer um "longão" com alguma altimetria.


Lá fui então para a terra do Joaquim Agostinho, lá dei com a coisa, entenda-se o local de ajuntamento, lá dei com o José Magro, companheiro que igualmente iria fazer o Trail Longo e tudo calmo. Cheguei ao secretariado pouco antes da partida da versão ultra da prova, estavam na zona da partida talvez 25 participantes (!!!). A adesão a esta prova foi muito fraca. Terá sido pelas mesmas razões que as minhas? Não acredito (adivinhe-se aqui o tom irónico desta última parte).

De qualquer modo, passados cerca de 60' a zona já estava mais composta, se bem que já incluísse o grupo do Trail Longo, Trail Curto e Caminhada. Pensando bem ..."... mais composto ...". Bem...


A prova fez-se em bom ritmo, sempre com contensão e encarando-a sob o ponto de vista dum treino, pois de facto tratava-se dum meio e não do fim nos meus objectivos.

Percorre-se a chamada Zona Saloia de Lisboa e é local de paisagem protegida. As elevações que sobressaem são os complexos montanhosos de Nossa Senhora do Socorro e da Archeira.







Perdi-me duas vezes, uma das quais devido a haver marcações de vários tipos, não vi a fita mas uma seta pintada no chão induziu-me em erro. De qualquer modo avancei cerca de 500mts e quando continuei sem ver fitas voltei para trás e retomei o caminho correcto.

Não me perco com facilidade e que me lembre esta foi a 1ª vez que tal aconteceu, sem que eu assuma as culpas.

Os abastecimentos não deslumbraram, mas foram suficientes, para 40 Kms pelo menos.

Faltou animação ao longo do percurso. Se não foi animação foi qualquer coisa. Talvez mais gente. Talvez ajude a ilustrar este sentimento que experimentei ao longo da prova de um certo isolamento se adiantar desde já que participaram nesta versão dos 40 Kms o bonito número de 44 participantes ...

Ou seja, após a separação dos grupos do Trail Curto e da Caminhada, andei praticamente sempre isolado.

Quando a 3 ou 4 Kms do final finalmente passei numa das linhas de Torres, senti falta duma legenda, dum painel qualquer a identificar aquilo, ou de alguém a fingir-se soldado, ou qualquer outra coisa que desse algum realce ao que os participantes estavam a ver naquela zona. Ou será que estou a pensar mal?





No final, a chegada não coincidiu com a partida, porque nos fizeram subir ao Castelo, para encararmos este cenário,


Imaginem-me de costas para a porta do castelo, à minha frente estão estas duas tendas, à esquerda uma mesa com abastecimento e 3 membros da organização e à direita uma outra tenda, com  1 massagista.

Depois ainda tivemos que descer as ruas junto do castelo e percorrer um par de kms até estar de volta ao local da partida e ao carro!


Fraquito este Trail. Tem condições para se fazer bem melhor, mas não foi desta vez!

Falta apenas dizer que fiquei em 1º lugar!

Sim leram bem, em 1º lugar, do meu escalão claro!!

Participámos 8 no meu escalão (...) e eu obtive o 1º pódio na minha vida, embora nem houvesse sequer classificação para veteranos, mas isso é o menos!!

Lista de classificação final do TRL das Linhas de Torres.

Até a uma próxima oportunidade despeço-me com amizade!