sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Memórias

Uma das mágoas nas minhas corridas, reside no facto de nunca ter tido o cuidado de guardar recordações, registar marcos históricos das corridas que entrei, desde a década de 80.

Apenas guardo os momentos que por mais marcantes se têm mantido na memória.

1ª prova: Nazaré, 1986 (pensava eu ...)
1ª maratona: Spiridon, 1986 (penso eu ...)
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Hoje tive uma gr. alegria e tenho de a agradecer ao Jorge Branco, grande amigo destas coisas da corrida.

Numa das minhas deambulações pelo Fórum da Corrida, que tem sido uma refª neste meu último regresso às corridas, ocorrido em 2009, após a menistectomia, deparei-me com um tópico (Memórias da Corrida a pé em Portugal), em que o enorme Jorge Branco assinou um post acerca das 12 horas de Vila Real de St António.

Tudo normal até aqui, aquele post data inclusive de Maio de 2011, por isso não é nada de novo, já lá está há + de 6 meses. Só que hoje chamou-me a atenção para uma página do João Lima, com tempos de várias provas.

Uma luzinha de esperança acendeu-se. Percorri várias provas, mas infelizmente é raro conseguir obter tempos de provas com + de 20 anos. Maratona Spiridon, por exemplo. Como gostava de obter um registo daquela que foi a minha 1ª Maratona ... Percorri algumas provas e claro, acabei por reunir acrescidas esperanças nas refªs à Meia Maratona Internacional da Nazaré.

E surpresa das surpresas, lá descobri registos de 1986. Abri o ficheiro e fiquei encantado, encontrei o meu nome!!

Edição de 1986, 382º entre 3060 classificados, com o tempo de 01:19:07!!

Recuei a 1985. Afinal, a única coisa que sempre memorizei foi que na minha 1ª participação naquela prova, tinha feito um tempo a rondar a 01:30hrs.

E lá estava, a minha estreia na corrida a pé!!

Edição de 1985, 1098º entre 2718 classificados, com o tempo de 01:31:30!!

O meu muito obrigado Jorge Branco e claro, obrigado ao João Lima. Sem saber e devido à qualidade da sua página, possibilitou uns doces momentos de recordações!!

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Treino Nocturno em São João das Lampas

À imagem do que já tinha acontecido no ano passado, o Fernando Andrade repetiu o convite e eu não consegui dizer que não.

Estou a 2 semanas da Maratona e um treino a uma sexta de 21K altera um pouco a preparação planeada, mas a ida a São João das Lampas ficou definida assim que o convite foi lançado.

A corrida é por essência um desporto individual, mas pessoas como o Fernando Andrade contrariam um pouco esta ideia, afirmando que na corrida também pode e deve haver o espírito de equipa.

Não tanto na parte do treino, que o é apenas para alguns, uma vez que a maioria dos que ali vão, encaram aquilo como a reedição da Meia Maratona, que acontece anualmente em Setembro, mas mais na parte do repasto e muito por responsabilidade do nosso anfitrião e da 'sua' equipa, convive-se por alguns momentos como se de uma normal reunião de equipa se tratasse.

Na passada sexta-feira foi complicado chegar ao ponto de encontro. Uma chuvada algumas horas antes dificultou e de que maneira o trânsito.

O treino começou por voltas das 21:30 e logo a minha principal preocupação foi colar-me ao fim do pelotão, quase de imediato transformado numa série de pequenos pelotões.

Tive a sorte de 'apanhar' o Joaquim Adelino e o passo dele serviu-me às mil maravilhas. Conhecedor do trajecto e com um passo a rondar os 6'/Km, o Joaquim foi a compª ideal, num treino que se revelou um agradável passeio pela zona de Sintra.

Cerca de metade do percurso foi feito à chuva, que por vezes caiu forte tal como acontecera em 2010, mas nada disso retirou o imenso prazer de correr ali durante 02:08hrs. Terminámos em últimos.

Lá à frente a preocupação foi "rasgar o pelotão", ou "partir aquilo tudo". Aqui fica talvez a principal observação menos positiva para este evento. Há malta que seja onde for e em que circunstâncias for, não consegue encarar este evento, como o seu organizador sublinhou por diversas vezes, como um convívio.

Depois veio o jantar 'convívio'. Calhou-me novamente a sorte de poder partilhar a mesa com o Joaquim Adelino, o Orlando Duarte, o casal Dora e Paulo Pires e o Fernando Andrade.

Os voluntários foram inexcedíveis nos cuidados dispensados a todos nós. O termo 'nós' não será aqui tão adequado, uma vez que 'nós' se deve referir a TODOS os que ali estavam, independentemente se tenham ido correr, acompanhar, treinar, conviver ou ajudar à festa. Alguns dos participantes não parecem ter entendido assim e vi alguns que mais parecia estarem num restaurante, sentados calmamente a fazer diversos pedidos fosse de pão, de bebida ou até de febras...

Parece que o espírito não era bem esse!!

Àparte estes pormenores, gostei muito de passar aquela noite de temporal em São João das Lampas.

Fiz um óptimo treino, na boa companhia do Joaquim Adelino, comi (e repeti) uma excelente sopa, experimentei pela 1ª vez castanhas fritas e contribuí para mais um treino que tudo somado, tem que ser considerado uma excelente jornada de corrida.

Obrigado Fernando Andrade.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Parabéns

Parabéns!

É o teu aniversário!!

Como noutros, apenas quererias estar um bocadinho connosco, por pequeno que fosse, aquele bocadinho seria mais importante do que qualquer prenda que pudéssemos arranjar-te, a acrescentar às outras, de anos anteriores, que invariavelmente mas discretamente colocarias de lado.

Vivias exclusivamente por nós e para nós.

Todo o teu mundo girava em função das nossas necessidades.

Em ocasiões festivas, ou sem sê-lo, tinhas sempre uma necessidade muito básica, que era aproveitares todo o tempo possível para apenas estares connosco.

Claro que, como é hábito nestas coisas, raramente nos damos conta disso em tempo útil e normalmente apenas à posteriori quereríamos alterar essa inevitabilidade e dispormo-nos àquilo que nos pedias: apenas e só um bocadinho de tempo.

Querias apenas tempo!!

E eu tinha sempre pouco tempo para te dar!!

Assim estou eu agora, a querer tempo contigo sem poder tê-lo.

Ontem, depois de mais uma Meia Maratona da Nazaré, com a qual sempre disputaste os teus aniversários, dediquei-me apenas e só a dar-te tempo.

Foi sem dúvida a melhor parte dum belo dia em que consegui fazer 2 coisas que me dão muito gozo fazer: visitar-te e correr!

Falámos, chorámos e até ouvimos música, a 'nossa' música. Foi um bocadinho bem importante e que me soube muito bem ter contigo.

Hoje não te tiro da cabeça! Aliás, não me lembro doutro aniversário em que tal me tenha acontecido. Consegues perceber porquê?

É o teu aniversário!!

Parabéns!

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Dia de Visita às Mães





Ontem foi dia de visita às Mães.

O planeamento cuidado + alguma sorte = em dia de sucesso!!

Levantei-me às 05:00!!

Foi cedo mas tinha de ser porque planeei, como já aconteceu no ano passado, fazer um treino longo de preparação para a Maratona de Lisboa e precisava por isso de mais tempo.

A Nazaré registou este domingo a sua 37ª Edição. Não sei quantas fiz e isso pouco importa. O que importa é poder aqui vir. O que importa é anualmente estar no frenesim que me acompanhou nos últimos 15 dias. O que importa é chegar a Valado e saber que estamos de volta, onde tudo começou há 25 anos. Nesse ano, em 1985, acompanhado pela minha Mãe (…), vim estrear-me nas corridas a pé e fi-lo por acaso, na Nazaré. Nunca mais a Nazaré foi a mesma para mim.

Cheguei ainda antes das 08:00. Após uma noite de trovoada, estava uma manhã bonita. Deu tempo para ir à Marginal ver o mar. Não vi a onda de 30 mts. O mar estava ‘flat’. Devem ter desligado o ‘Canhão’ …

Foi ao habitual café + bolo à Arcádia. É uma pastelaria pequenina, perto do local de levantamento de documentação e que tem fabrico próprio. Estão vocês a ver não estão? Foi um café escaldado e um pão de deus ainda morno. Aquilo caros, desfez-se na boca. Uma excelente maneira de começar o dia.

Um bocadinho à espera das 08:30, para que abrissem o Secretariado e recebo o dorsal. Este ano calhou-me o 261.

Passo acelerado para o carro e equipagem.

Eram quase 09:00 e estava prestes a iniciar o ‘aquecimento’. Planeei fazer 14K mas como arranquei mais cedo e não queria estar depois muito tempo parado, entre o ‘aquecimento’ e a Meia Maratona, decidi na altura fazer os 15K. A T-Shirt para a Meia ficou pronta, já com o dorsal e arranquei.

O planeamento era andar num ritmo de ‘longo’, o que para mim significa andar com os bpm abaixo dos 130 o que significa um ritmo a rondar os 06’:20” / 06’:30”/km.

Como este ano o traçado da Meia foi alterado, isso veio ajudar porque pude fazer o meu treino em caminhos rurais sempre junto ao Alcoa. Andei muito bem por isso, praticamente sem carros o que ajudou ao sucesso do treino. Consegui andar sempre no ritmo planeado e cheguei ao carro 15Kms depois, por volta das 10:40.

Faltavam 20’ para a Meia. Vesti roupa seca, hidratei, meti gel e uns figos secos.

Faltavam 10’ para a partida e desci calmamente a rua perpendicular à meta, a comer figos secos.

A recta da meta não apresentava a moldura impressionante doutros anos, mas é sempre uma visão extraordinária, com o público a apoiar quem se prepara para partir, tendo como pano de fundo o incontornável e belíssimo mar. A única coisa que eu alterava ali era mesmo o volume do som, que é talvez a única coisa que destoa ali.

Comecei a fazer um pequeno trote nos minutos que antecederam a partida, uma vez mais estava prestes a iniciar a Meia Maratona da Nazaré e por isso estava feliz.

A Rosa Mota foi a Madrinha, uma vez mais e uma vez mais a pistola sinalizadora falhou, pelo que a partida foi dada por um apito, que foi no entanto suficiente para colocar em movimento aquela massa de cerca de 1 250 atletas.

Para a Nazaré cansei-me de planear ritmos e cadências que invariavelmente a excitação de ir ali me impede de cumprir. Assim a única coisa que planeei foi fazer menos de 02:00hrs e fazer umas alterações de ritmo aos Kms 5º (04’26”), 10º (04’11”), 15º (04’10”), 19º (04’29”) e 20º (04’15”). E cumpri.

Partida muito calma, passo pelo totalista Aarons de Carvalho, volta à Nazaré, passagem na Marginal, sempre animada e vamos em direcção a Famalicão. A manhã continuava bonita e ao 5º Km o 1º esticão, na casa dos 04’:30”. Retomei o andamento calmo e estava tudo bem. Passo pelo Fernando Andrade, a correr sempre com um sorriso. A semana passada fez a Maratona do Porto e passados 7 dias ali ia. Que inveja a alegria que alguns espelham na sua corrida…

Perto do retorno começa a chover. Primeiro pouco e depois abate-se a chuvada, que não iria parar tão cedo. O José Magro andava por ali. Perto dos 16Kms apanho o Luís Parro e faço-lhe companhia durante uns Kms, até ao 19º, onde inicio novo esticão, agora até à meta, que alcancei com 01:58’. Fiz uma média de 05:33. Talvez acima do que seria desejável, mas se isto de vez em quando não seguir o coração então perde a graça …

No final era o grande dilúvio. A água cobria-me os sapatos. Retirei o chip e encaminhei-me para o carro numa corridinha de descontracção. Resguardado numa entrada de garagem, fiz os habituais alongamentos e terminou a 1ª parte da visita.

Faltava a 2ª parte, a visita à minha Mãe. Mãe só há uma, claro.

Sim porque a Nazaré é a Outra Mãe!