segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A minha Maratona aos 50 anos!!


25ª Maratona de Lisboa

Clas Geral Clas Esc Dorsal Nome Idade Tempo
593 67 1362 Alexandre Duarte 50 04:03:03

E finalmente chegou o dia 5 de Dezembro de 2010. Chegou ao fim um período de preparação para conseguir correr uma Maratona, com a idade de 50 anos. Período que se iniciou em Janeiro de 2010, após a meniscectomia ao joelho esquerdo.

Ontem corri a Maratona com 50 anos e segui a rotina habitual em dias de prova.

Despertar às 06:30 e saída às 07:30. Chegada ao 1º de Maio um pouco antes das 08:00 e passeio para beber café e comer um bolinho.

O tempo estava impecável. Para além do vento, que se começava a sentir, não havia chuva e a temperatura, tal como os metereologistas previram, subiu para uns agradáveis 10º.

Às 08:15 começaram os preparativos com o equipamento. Sapatos e montes de vaselina.

Às 08:30 estou pronto e começo um aquecimento ligeiro a correr até à zona de partida. Encontro o Fernando Andrade, o Joaquim Adelino, o Manuel Azevedo e o Luís Parro. Havia combinado com este último corrermos juntos, uma vez que partilhávamos o mesmo objectivo: terminar com 04:00:00hrs!

Às 09:00 partida e lá vou eu, agarradinho à bandeirinha das 04:00hrs.

Logo ali a primeira surpresa desagradável: esqueci-me do meu cinto com 2 embalagens de gel e uma tabela de tempos de passagem. Felizmente levava uma bolsa de pulso onde colocara uma barra e quanto aos tempos, teria de ir fazendo contas durante 4 horas …

Em Telheiras não aguento e tenho de encostar a uma parede/wc. Com a perda de líquidos fico a cerca de 250mts da bandeira das 04:00. Muito lentamente recupero e perto da José Malhoa volto a apanhá-los.

Até à zona do Corte Inglês tudo correu bem. Um magote de gente ‘agarrado’ ao pace maker, qual bóia em mar enorme de probabilidades de nos ‘afogarmos’. Será que aquele atleta faz ideia da força que transmite a quem o acompanha??

Esforço por não descolar deste magote de gente e por manter sempre um trajecto ideal, nas curvas, mantendo-me ao máximo junto ao trajecto mais económico. Por outro lado andando em ‘magote’ o vento sente-se menos …

Aproveito a descida do Marquês e dos Restauradores para meter a minha única barra energética. Como vou a descer o esforço de correr e comer em simultâneo é menor.

Quando acabo estou praticamente no abastecimento e aproveito para complementar com água. Felizmente no Cais do Sodré dois energéticos: um em forma de gel e outro em forma de pessoa. Era o Jorge Branco a dar uma força. Guardei o gel e cumprimentei o Jorge e lá segui, para Belém.

Passo à Meia Maratona com 1:55. Temos cerca de 5 minutos de vantagem para a 2ª parte do trajecto.

Aqui o vento forte é contra e as pernas começam a pesar. Começo a pensar nas limitações da minha preparação. Aproximava-se o ‘muro’ dos 30K e acentuava-se o deficiente volume de quilómetros que havia feito nas 12 semanas de preparação. Tinha confiança de aguentar até aos 30, mas faltavam-me pernas para os últimos 12 …

Distraio-me à procura do Victor Silva e os Kms vão passando.

O esforço para acompanhar o marcador vai sendo cada vez maior. Vislumbro o Carlos Fonseca mas não vejo o Víctor e temo que algum azar lhe tenha acontecido.

Por volta do retorno meto o gel e espero que aquilo resulte, pois a pior fase aproxima-se.

Passo novamente no Cais do Sodré e pelo Jorge Branco. Ele dá-me força, mas o calvário aproxima-se. Estamos por volta do Km35, é mais um 'muro' e começa agora a subir.

A partir do Martim Moniz sente-se nitidamente o ritmo a descer e eu dou graças pois só assim me mantenho no grupo. Por grupo refiro-me a cerca de 4/5 que acompanhamos ainda o marcador das 04:00hrs. De um grupo que chegou a ter à vontade cerca de 30 pessoas, restávamos nós.

Aguento-me com maior esforço. Na zona da Pç. Do Chile a respiração começa a ser mais esforçada e perco-me nos cálculos dos tempos. De qualquer forma aos 39K passo com 03:40 e tenho por isso 20mins para fazer os últimos 3Kms. O pior é fazê-los.

O pace maker pára ali junto à Praça do Império. Eu fico admirado e páro também. Fico desorientado, sem ‘farol’ e aí perco completamente a vontade e sigo, mas a andar. Não tenho forças. Provavelmente se ele não tem parado teria igualmente de parar, nunca vou saber. Até à Pç. Do Areeiro vou essencialmente a andar. Quando chego lá acima, aceito uma água e volto a conseguir fazer pequenos trajectos a trote, alternado com andamento a passo.

Na Av. de Roma volto a alternar corrida com andamento a passo. Só quando chego à Av. EUA é que aproveito a descida e recomeço a corrida.

As 04:00 já lá vão e não estou minimamente chateado. Sei que vou acabar a minha 3ª Maratona, agora com 50 anos e depois de já ter passado por muito, é uma vitória para mim. Sei que vou acabar uma Maratona e sem me aleijar. Sei que daqui a um período de descanso conseguirei recomeçar com os treinos e isso é uma vitória para mim.

Entro no Estádio 1º de Maio, passo os 42K e faço os últimos 200mts a custo. Corto a meta junto às 04:03’. Lembro a minha 1ª Maratona, em 1986, em que fiz 03:04’. Curioso!!

Estou completamente arrumado!! Ando a custo até ao carro e depois arrasto-me até à banheira, onde fico de molho. Por sorte o Alex Jr. foi almoçar com os Avós e por isso tenho 3horas só para mim e para me rebolar numa poltrona toda a tarde.

Gastei cerca de 4.200Kcal. O meu ritmo cardíaco máximo foi de 171 bpm. A média foi de 158 bpm. Perdi cerca de 4Kgs. Estive a Ice Tea toda a tarde e à noite comi uma sopa e alguma fruta. É um desgaste enorme para o corpo humano, isto de fazer provas com este esforço!!

Agora começa um novo ciclo. Aproveitarei Dezembro para descansar um pouco do ritmo de treinos que ultimamente fiz, para em Janeiro recomeçar a rotina de treinos, agora para a outra Maratona dos meus 50 anos, a Maratona de Paris!!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

36ª Meia da Nazaré

1038 ALEXANDRE PINA DUARTE Alexandre Duarte 166 Individual 36ª Meia Maratona - 14 de Novembro de 2010 Veteranos M50 Masculino 02:00:16


Escrevi no meu registo de treinos no Fórum do Mundo da Corrida:


"
A NAZARÉ é à parte!! Perco toda a razão quando se aproxima a data de mais uma Edição. Na última semana corri 20' + 45'. Passei a semana com dores cujas causas desconheço.
Tudo o que era sensato fazer eu ignorei. Levantei-me às 06:30 e fui para a Nazaré!!

...
"

No ano passado, por esta altura eu contava uma estória acerca da m/hipotética, sonhada, desejada e impossível participação na edição de 2009 da Meia da Nazaré. Tinha sido operado ao joelho, há 10 dias e a Nazaré para mim era apenas recordação e desejo.

Este ano a Nazaré surge a 3 semanas da minha 1ª tentativa de fazer uma Maratona aos 50 anos.

Este ano, já posso narrar a história da minha participação.

A Nazaré tem um significado único. É o carisma único duma prova com muito significado para mim.


Estive praticamente sem correr toda a semana, com uma dor cuja origem desconheço. Testei a ‘coisa’ na sexta e aquilo não foi carne nem peixe … Dói quando respiro mais profundamente, o que acontece quando se corre … Mas eu tinha de ir à Nazaré …

A rotina, já noutras ocasiões seguida repetiu-se ontem. Tudo igual. Desta vez escolhi deixar o carro perto duma saída, para que, assim que terminasse me pudesse escapar para ir dar os parabéns a outra Mãe, à minha, também hoje de parabéns pelo 80º aniversário!!

O levantamento do dorsal, o café e o bolinho, tudo igual. Desta vez a partida, a minha partida, foi às 09:50. Tirei 01:10hrs para fazer o meu ‘aquecimento’. Aproveitei a Nazaré para fazer mais um treino longo. Arranquei às 09:50, sob o olhar desconfiado de quem estava ainda em passeio na marginal e dos polícias que se iam colocando estrategicamente no percurso. A ideia era fazer 11Kms a rondar os 06:15/Km e depois começar a Meia-Maratona para terminar abaixo das 02:00hrs. Fiz o 1º contacto com o Mar, que hoje não pude gozar como noutros anos, onde invariavelmente sempre me deliciava durante o passeio pré-preparativos. A manhã estava boa para correr. Pouco vento e uma temperatura muito agradável. Fiz o retorno na Quinta Nova, no 16ºKm e depois dei a volta por cima da Nazaré. Passei no carro, vesti uma camisola seca, peguei numa barra energética e lá fui, rua abaixo para a outra prova. A partida já tinha sido dada e apanhei a cauda do pelotão, composto primeiro pelos caminhantes e só depois pelos participantes na Meia.

A meio da avenida da meta, lá consegui começar a correr. Andei sempre mais ou menos certinho, lá houve Kms que me distraí e fui para os 05:30/05:20, mas dum modo geral mantive sempre um ritmo mais ou menos constante. Ia um pouco a medo porque não sabia se a dor se iria ou não agravar.

Calmamente fiz a m/prova. Senti-me bem muscularmente. Notam-se os Kms que tenho feito, pelo menos quando se trata de fazer entre 25 e 30Kms. Fiz até hoje 3 treinos longos. 1 de 23Kms, na praia e 2 de + de 30Kms. Possivelmente deveria fazer mais. Mas foi o possível.

Por volta dos 19Kms (11+19=30K), as pernas começaram a transmitir algum cansaço. Mas a meta estava já ali ao fundo, da sempre longa avenida.

Cortei a meta algo combalido, com dores no joelho e nas costas, mas muito feliz porque consegui uma vez mais vir à Nazaré!!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

1º Aniversário da Artroscopia

Faz hoje um ano que aguardava cheio de nervoso a realização da artroscopia ao joelho esquerdo.

Faz hoje um ano que tantas dúvidas passavam nesta cabeça.

-->Seria que quando aquilo acabasse conseguiria voltar a correr?
-->Caso não conseguisse, o que iria fazer no ponto de vista de prática desportiva?

Com quase 50 anos e impossibilitado da prática da minha actividade física de eleição, o futuro apresentava-se sombrio.

Das leituras que fiz, sobre casos idênticos, a recuperação era a parte mais complicada da intervenção. Sem qualquer gabinete médico/fisiátrico de apoio, tudo dependia da sorte.

Sorte na intervenção, sorte na extensão da ruptura, sorte da recuperação, sorte no tratamento de fisioterapia, etc, etc

Hoje, passado um ano, acho que, sem grande excesso de optimismo posso considerar que tive sorte.

Tive sorte porque a extensão não era muito extensa (50% de corte). Tive sorte na recuperação cuidada que fiz. Tive sorte no fisioterapeuta.

E finalmente tive sorte porque ontem corri, hoje espero correr novamente e amanhã já sonho com a Maratona de novo, agora, aos 50 anos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Maratona de Paris - Cap. I

O Certificat Médical



Esta será concerteza uma das várias histórias que aqui deixarei, ácerca desta minha aventura que se chama Maratona de Paris.

A aventura inicia-se no meu 50º aniversário, quando depois de muito 'choro' alguém teve como ideia oferecer-me uma inscrição numa Maratona de renome internacional.

O 'choro' focava-se no sonho de um dia correr a Maratona de Londres, mas tal 'choro' valeu de pouco, dado o calendário daquela prova e a especificidade do modo e tempo para efectuar a inscrição.

Surgiu então a hipótese Paris e Paris será!!

Passados alguns dias, com algum nervoso à mistura, finalmente a prenda concretizou-se e já se conseguiu obter uma entrada no local respectivo.

-->17110 (Bleu (objectif 3h30)) DUARTE, Alexandre-VH2-Certificat médical<--

A partir deste momento estava inscrito e logo iniciei algumas pesquisas para esclarecer a questão ali colocada: faltava o Certificat Médical!!

No Fórum alguém esclareceu: "... ah isso leva-se ao médico e ele coloca lá uma cruz ...". Respirei fundo e marquei uma consulta para a minha médica de família.

Imprimi o formulário e lá na consulta puxei do papelinho e coloquei-o à frente da minha interlocutora, explicando-lhe o objectivo.

Ela olhou para mim, franziu a testa e sorrindo explicou: "se não se importa prefiro que faça primeiro uma prova de esforço e depois a gente fala"!!

Fiquei ferido no meu orgulho de gajo cheio de saúde e revoltado, despedi-me da Sra. com um sorriso amarelo e uma prescrição debaixo do braço.

A Sra. Dra. conhece-me há, no mínimo, 5 anos e não me passa um certificado atestando que estou em condições de correr uma maratona...

Hoje fui fazer a tal Prova de Esforço. De calções e ténis, lá entrei de peito feito no gabinete, saltei para a passadeira, coloquei o técnico à vontade informando-o do objectivo da prova e também que estava habituado a esforços prolongados.

Começou o teste e eu satisfeito da vida nas calmas ... blá, blá, ... passados cerca de 15', mas que me pareceram 30', completamente a pingar (!!!), ouço com imensa alegria que o teste iria parar pois "atingira as 170 bpm". Passados alguns segundos aquela máquina infernal finalmente reduzia a velocidade e inclinação e após mais alguns minutos de retorno à calma, finalmente parou.

Acreditem caros leitores ... eu pingava suor por todos os lados ... nunca pensei que uma prova de esforço obrigasse a tamanho esforço!!

O técnico virou-se para mim e informou: "está tudo óptimo, pode correr à vontade!!".

E aí o meu orgulho próprio fez de novo inchar o peito, desci da passadeira, enrolei a bata e saí qual general vitorioso duma díficil batalha!!

Parece que após esta prova, não restarão dúvidas à minha médica de família que estou em condições físicas que permitem que eu obtenha o tão desejado Certificat Médical!!

Eu entretanto e porque estava ali mesmo, à beirinha de Monsanto, fui fazer o meu treinozinho. Mas isso já é outra história!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

A minha Ultra (Meia) Maratona Melides-Tróia



Eram 04:00am quando o despertador do tlm me despertou para o dia que ansiava há umas semanas a esta parte. Saltei da cama!

O Alex Jr. disse-me adeus. Acordou (de propósito aposto) precisamente 5' antes das 04:00!!

A rotina (calma) das manhãs de prova repetiu-se sem grande alteração. Fruta, Água, Higiene, Água, Saco, Água e mesmo antes de sair Água e um Pequeno Almoço Nestum com Mel.

Saídas às 05:30 e viagem para Setúbal igualmente sem história, apenas o eterno stress, habitual doutras manhãs. As indicações para o ferry funcionaram e estacionei o carro em Setúbal, a 100mts dos barcos, exactamente às 06:00am, tal como o planeado.

Como 'maçarico', o natural vai e vem à procura do terminal correcto e a bilheteira. Logo ali encontro o Victor Silva, o Luís Parro e o Fernando Andrade, já em pré-aquecimento a correr dum lado para o outro!!

Viagem para Tróia em meditação e a olhar (sem ver ...) a TV.

Autocarro para Melides, com o Victor como guia, a enfatizar o tempo (40') necessário ao autocarro e chegar ao destino e a (re)lembrar que haveria que fazer o sentido inverso, para voltar ao início ...

Disparado para levantar o dorsal, desta vez calhou-me o 111, um café e ocupação selvática de uma mesa na esplanada, para espalhar todo aquele material e preparar-me para as 09:00am.

A vaselina aplicada com abundância nos pés, os sapatos protegidos com uma fita adesiva para a areia, a mochila com 1,250ml de água, 0,500ml de isotónico, 3 barras energéticas, 3 embalagens de gel, 3 cubos de marmelada, 1p de peúgas, uma tabela com 3 cenários de tempos de passagem e o mp3.

Creme protector do Alex Jr. na cara e do meu nas pernas e braços.

Estava pronto! Eram 08:40am. Para a Partida.

O 'briefing' já decorria, o Carlos Lopes, o record de presenças, o abastecimento aos 28.5 e o habitualmente esquecido pedido para não se deixarem lixos nas praias!

O chi-chi do nervoso e às 09:00 o tiro soou!!

Fui em frente, pela parte da areia seca mas nivelada, a tentar inconsequentemente encontrar uma faixa de areia dura.

Sentia-me muito bem, finalmente integrado na UMA. Uma prova que desde que dela tomei conhecimento me deitava um feitiço especial. Diria mesmo que seria o perfeito do óptimo que é a Meia-Maratona da Areia.

5,5Kms acima dos 08:30"/Km. Nada de preocupante. Afinal era o cenário mais contido e se tudo corresse bem, muitos kms ainda faltavam. 1 Gel e água.

8,5Kms ainda acima dos 08:30"/Km. Nada de preocupante ainda. Afinal estava sobejamente avisado que as condições este ano eram as mais complicadas. O adesivo entretanto saltara dos sapatos. Os meus sapatos (Asics 1090) de estrada, revestidos a rede, revelaram-se inadequados para este tipo de prova claro!! 1 Barra, 1 Cubo de Marmelada, 1 bidon de isotónico e água.

8,5Kms aproveitei umas cadeiras esquecidas a 50mts da água para a 1ª mudança de meias.

Durou pouco tempo a sensação de pés sem areia. Passado 1km já sentia novamente os pés com areia ...

10Kms nova mudança de meias.

14,5 e 18,5Kms os meus melhores trajectos na prova. Sentia-me bem. As pernas reagiam bem, embora o piso não alterasse em nada. Tentava não seguir a passo, tentava continuar numa corrida bem curtinha, tipo 'trote'. Andava a cerca de 08:00"/Km e sentia-me confortável naquele passo.

18,5Kms aproveitei um posto de vigia do nadador-salvador e mudei novamente de peúgas.

20Kms começa o 'Inferno'. O terreno não altera 1mm. Acho mesmo que está pior do que à partida. Dou comigo a odiar a praia. A odiar o mar que não baixa. Aliás, nem dei por que estivesse em plena baixa-mar!!

Ainda pensei no MP3, guardado na mochila, mas pensei que não iria resolver nada, possivelmente complicar e deixei-o guardado.

Começam os trajectos a andar. Os pés enterram-se completamente na areia grossa perto de água e as pernas começam a pesar.

Mudo novamente de meias, mas realmente os sapatos revelam-se um completo fiasco. Ou serei eu o fiasco?? Eles são sapatos de estrada, é suposto serem arejados ...

Muita hidratação, mais 1 barra e isotónico, mas o remédio não era aquele!!

Calculo que por volta dos 25Kms comecei a pensar em desistir. Aquilo seria um sofrimento enorme 1º chegar aos 28,5 e depois ainda, prolongar por mais cerca de 15Kms.

Experimentei tirar os sapatos e correr só com meias. As coisas melhoram um pouco. A sensação de leveza que experimentei ao tirar os sapatos permitiram fazer +1 série a trote, talvez 1Km.

Algum tempo depois vislumbrei uma acumulação de pessoal, a anunciar o Carvalhal e os 28,5Kms. Mais um trote.

Mas a areia não perdoava. Os pés enterravam-se completamente. O ânimo, aquilo que faz mover tudo o resto, estava de rastos.

Pensava para mim "não estou preparado para isto", "não consigo aguentar +15Kms disto"!!

Tinha cerca de 04:30hrs de prova. Faltavam 15Kms de prova.

Dirigi-me ao pessoal da organização. Disseram-me que aquilo (o piso) estava assim até ao final!!

"Desisto" digo para eles, com um amargo na boca e o ânimo de rastos.

Pouso os sapatos na areia e vou até à água, molhar as pernas e deixo-me ficar ali por alguns minutos a pensar.

Até hoje eu considerava-me um gajo lutador. Um gajo que não desistia, mesmo que em condições bem adversas.

A areia mordeu-me, mastigou-me e cuspiu-me ali, naquele magote de gente que gozava um dia de praia e que obviamente ignorava o turbilhão de coisas que me passava pela cabeça naquele momento.

Os planos, os treinos, as horas fora de casa, as madrugadas, as expectativas, os medos, as dúvidas.

Fiquei ali 30' à espera de transporte para Tróia. Diziam que o transporte estava com excesso de trabalho ... diziam que já eram cerca de 50 os desistentes ... Nada daquilo me animava. Só queria que me levassem dali para fora. Queria virar as costas ao mar. Ao mesmo mar que adoro desde sempre!!

Finalmente chegou o transporte e eu acelerei até à carrinha. Deixou-nos a 1Km (!!!) dos sacos e da chegada. Disparei para lá, levantei o saco, tomei um chuveiro, disparei para cá e consegui apanhar o ferry das 15:10. Quando me sentei, completamente transpirado dentro do barco quase vazio, senti um enorme bem estar.

Estava seguro e de volta a casa!!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Iº Trail do Almonda

Fiz ontem a minha 3ª prova de Trail. Depois de Vale de Barris e do Guincho, foi a vez de participar na 1ª edição do Trail de Almonda, em Torres Vedras, com a extensão aproximada de 30Km.

Partida de Queijas às 06:00, para uma viagem sem novidades e uma chegada por volta das 07:15.

Secretariado ainda às 'moscas' e dorsal Nº 9. Um '9' novamente. A organização uma vez mais a colaborar no pedido dum dorsal com o dígito '9'.

Preparativos e já com a tralha toda, às 08:15 concentração junto às camionetas que nos iriam levar à partida, junto da nascente do Rio Almonda, claro.

Um briefing pelo Aníbal Godinho, com as instruções básicas de direcção e comportamento no percurso e poucos minutos depois das 09:00 foi dada a partida.

Como já estava avisado, logo desde o início um trilho muito técnico e a progressão fez-se a passo, lentamente, à espera que lá à frente o pessoal mais lento se despachasse (...)

À minha frente um 'Abutre' acompanhado pela mascote 'Pintas' marcavam a cadência de escalada. Mais tarde e mais à frente a cadelita, extenuada com o calor, deu-se mal e 'disse' ao dono que dali não passava!! Mais tarde soube que está tudo bem com a bicha. Ainda bem!!

Aos 5.8K surge o 1º abastecimento, que precedia a subida até perto dos 700mts e aos cerca de 10K. Este troço, de longe o mais complicado do trail, fez-se quase exclusivamente a passo, por entre muita vegetação que deixou marcas nas pernas e nos braços.

  • Até aqui o que não fez falta e foi colocado na mochila: MP3
  • Até aqui o que fez falta e não veio: Meias protectoras

O MP3, dada a multiplicidade de cenários e o desbravar de trilhos complicados, começou a atrapalhar e cedo foi guardado. Talvez na UMA faça mais falta!!

Chegado ao topo desta subida, seguiu-se uma zona muito complicada, de pedra solta e vegetação densa e rasteira, que dificultava descurtinar onde se punha os pés. Tinha que andar com muito cuidado. Nisto sinto um 'cota', para aí da minha idade (...) em alta performance a passar por mim a 'arfar'. O esforço da subida e o aumento de oxigenação fizeram concerteza o seu efeito pois o companheiro deve ter pensado que conseguia levitar. Mas foi por pouco tempo. Aterrou num arbusto com espinhos não muito agradáveis de ver quanto mais de sentir. Nem tive tempo de reacção!! Assim como caiu, qual mola, levantou-se de um salto e em poucos segundos perdi-o de vista. Pensei: como gostava de ser assim, um cota com uma grande 'queda' para isto!!

Atingi assim o 2º abastecimento. Tal como nos restantes, com água, isotónico, fruta e barras energéticas. Tudo fresco e à descrição. Um luxo!!

Experimentei neste Trail o consumo de gel e barras energéticas, específicas para esforços de endurance. Fui alternando uns e outros a partir dos 45' de esforço. Parei por volta das 3hrs por ter começado a sentir o estômago, que pareceu dizer-me: "pára lá com isso que já há aqui muita misturada!!" Pudera!!

A partir dos 10Kms, juntei-me a um companheiro que passado pouco tempo deu para entender que tinha um passo que eu conseguia acompanhar sem grande dificuldade. Ficou logo ali decidido. Se conseguisse aguentar-me iria com ele. E assim foi até ao final da prova, o Pedro Coelho, Castelo Branco, fez a prova comigo o que trouxe um acréscimo de qualidade no meu desempenho. Aqui ficam os meus agradecimentos pela excelente companhia e ajuda durante cerca de 20Kms.

Na descida que se seguiu, tive 3 ou 4 avisos de espalhanço. O risco era realmente muito grande e não dava para levantar os olhos do chão!

A prova avançou, os obstáculos maiores estavam ultrapassados e agora era uma questão de resistência ao esforço que ia aumentando com o passar dos Kms. Neste aspecto a companhia e a qualidade dos abastecimentos funcionou sem qualquer dúvida a meu favor.

Ao alcançar o alcatrão, a cerca de 2kms da meta, sentia-me bem. Aliás, até tirei algum prazer em correr em alcatrão, sem montes de pedras, raízes e restos de pequenos troncos de arbustos, dissimulados à espera de nos provocar quedas!

A prova estava terminada. O questionário foi respondido rapidamente, com '5' a todas as questões. Não para 'despachar' a coisa, mas porque simplesmente este pessoal da organização esteve impecável. Seguiu-se o banho, que foi a única coisa que não gostei. Era de água quente!!

Estou ainda à espera da publicação dos resultados, pois por qualquer motivo parei o meu crono por volta das 02:47'. Coisas de instinto concerteza ... Sei que fiz mais do que em Vale de Barris (03:50') e sinceramente não percebo como ... Senti-me melhor, considero estar mais bem preparado, com cerca de 3 meses de sessões e o grau de dificuldade entre as duas provas pareceu-me idêntico. Enfim, coisa sem grande importância esta dos tempos, mas deixo aqui registo!!

A fazer o meu calendário de provas para a época de 2010/2011, o Trail do Almonda será decerto uma prova que irei incluir!



Foto retirada do sítio da C.M. Torres Novas, em: http://www.cm-torresnovas.pt/pt/conteudos/Desporto/FestasAlmonda2010/TrailAlmonda2010.htm


_____________________

PS. Em 13/07/2010, o sítio da CM Torres Novas publicou as classificações. O tempo oficial foi de 04:05:01hrs e a classificação foi um honroso 92º entre 146 inscrições.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

As minhas férias ou o Estágio de Verão


Como tem sido normal nos últimos anos, fiz a 1ª parte das férias de verão em Lagos. O que já esteve longe da normalidade foi a actividade intensa que impus às mesmas!

Com o episódio do joelho, rejuvenesceu o prazer em correr. Diz-se e bem que só damos valor às coisas quando não as temos. Pois estive muito perto de perder a hipótese de correr e uma vez que tal hipótese não passou disso mesmo, desde Janeiro que retiro um prazer muito especial de cada vez que calço os ténis e saio para correr.

Não estou mais novo nem mais leve e as mazelas vão-se acumulando. Estes são sem dúvidas os pontos contra a minha actividade física. Mas tenho um ponto a favor, um ponto que até agora conseguiu nivelar os pratos da balança. Esse ponto é a vontade, o querer.

Há bem pouco tempo não me via, como aconteceu nestas férias, a acordar às 06:30 para ir correr!!

Há bem pouco tempo não me via, como aconteceu nestas férias, a correr em dias seguidos.

Não querendo prejudicar as horas de sol do Alex Jr., tive que andar a adaptar-me às horas em que sua excelência resolvia acordar. Se na 1ª semana ele se dignou a acordar um pouco mais tarde, já na 2ª semana começou a acordar mais cedo e por isso comecei a levantar-me eu mais cedo.

Mas digamos que cenários como os que aqui deixo, valem só por si a alvorada.


Lagos tem a parte má, que é comum ao Algarve, que é a completa anarquia no urbanismo. Mas ainda conserva uma componente natural com muitas potencialidades e onde se podem ver ainda coisas bonitas onde a mão do homem fez pouco estrago. A Meia-Praia é um local onde essa componente natural ainda está medianamente preservada.

As arribas entre as Praias de Porto de Mós e da Luz é igualmente um local muito bonito.



Com muita vontade em correr e com estes cenários a receberem-me diariamente, embalei numa actividade frenética em que um dos pontos mais altos do dia era precisamente a hora em que ia correr.

Ficou este registo:

Sexta, 11 - Descanso (cheguei ontem já noite dentro, por isso hoje é descanso)
Sábado, 12 - Arribas 60' (o espectáculo começou. as arribas é um circuito exigente mas muito agradável. Cerca de 8K)
Domingo, 13 - Arribas 60' (hoje levei o spot)
Segunda, 14 - Arribas 50' (sinto os músculos cansados. fiz hoje menos 10' para caprichar nos alongamentos. voltei a levar o spot)
Terça, 15 - Praia 60' (aproveitei a maré e estreei-me na areia da Meia Praia)
Quarta, 16 - Descanso (foi dia de descanso)
Quinta, 17 - Arribas 50' (mesmo após um dia de descanso, senti as pernas pesadas no início da sessão. depois a coisa melhorou)
Sexta, 18 - Praia 70' (corri hoje em areia seca. os pés deixam marcas com 2/3 cms de profundidade. parece-me que a areia em Tróia é mais mole. a sessão é mais lenta e mais exigente em termos cardio-musculares. no final 5' com pernas de molho que sabem muito bem)
Sábado, 19 - Praia 60' (se quero correr em terreno nivelado tenho de me afastar para a areia seca. hoje vou variando para cima e para baixo. tento correr o máx possível em areia seca)
Domingo, 20 - Descanso
Segunda, 21 - Praia 70' (o Alex Jr surpreendeu tudo e todos e acordou + cedo. consegui correr na praia mas mais tarde e com mais calor. tudo em areia seca. gostei)
Terça, 22 - Praia 60' (faço hoje uma sessão + rápida em areia mais densa)
Quarta, 23 - Praia 60' (levanto-me + cedo para + uma sessão. hoje mais calma que a de ontem)
Quinta, 24 - Manhã Praia 70' + Tarde Praia 30' (hoje a sessão foi em areia seca e com mochila. à tarde 30' curtos em areia molhada, só mesmo por graça)
Sexta, 25 - Arribas 50' (despedida, com mochila. sinto-me bem)

Foi uma farturinha!!

Alvorada entre as 06:30 e as 07:00, a tentar conjugar o regresso do treino com o acordar do Alex Jr.
5 Sessões nas Arribas, entre as praias de Porto de Mós e da Luz, com alongamentos no final.
7 Sessões na Meia-Praia, sempre com 5' de pés (e joelhos) de molho e crioterapia no final. (As águas de Lagos são fresquinhas ...)
Durante o resto do dia, no mínimo, mais duas sessões de crioterapia. Quase 0% de alcatrão!!
Estive todas as férias sem qualquer sinal do joelho, apesar do aumento de kms. Logo a conclusão é simples. A crioterapia foi *****
No penúltimo dia, até uma gracinha: um treino bi-diário!!

Maior parte das sessões na Praia, foram feitas em areia seca, para preparar para outros 'voos'.

Mas para esses tais voos precisava de mais tempo!

Estou sensivelmente a 1 mês da Maratona Atlântica.
Aqui na Meia-Praia corri diariamente cerca de 10K, a um ritmo que calculo rondasse os 7'/Km, em areia medianamente densa e cheguei ao final invariavelmente cansado.
Ora em Melides vou ter de correr cerca de 20K em condições mais difíceis e depois ainda o resto, espero eu que em idênticas ou melhores condições.
A esta distância vejo que tenho muito que correr!

Quero mesmo participar na UMA. É um projecto que persigo há uns anos e não sei o que se vai passar em 2011. Posso até nem correr!! Por isso não vou voltar a adiar. O tempo limite de prova são as 7hrs. Nem que seja a andar mas vou fazer a UMA!!

Em Setembro e se tudo correr bem reeditam-se as férias e espero eu que se repita a receita!!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

13Km do Guincho 'Entre Serra e Mar'


Ontem, em Janes, lá para os lados da Malveira, participei na 3ª Prova, após mais um recomeço, aquele que poderei chamar de pós-meniscectomia.

Foi mais uma estreia, desta vez numa prova do Circuito Nacional de Montanha. Desde o momento em que decidi convidar o meu sogro para participar ao seu lado, que encarei esta data como sendo de menos competição e de mais confraternização. O meu sogro corre há muito mais tempo que eu e leva uma vida bastante saudável e activa. Nunca tinha feito uma prova com ele e por isso não deixei escapar esta oportunidade de fazer com ele esta prova, que reunia algumas condições que eram importantes, como as características próprias, localização e a distância.

Fiz a inscrição pela equipa 'Os Não Alinhados' e o mote estava dado, ia ser um dia bem passado!

E de facto resultou a 110% esta jornada. Às vezes é bom relembrar a componente lúdica que deve ter a corrida. Às vezes é bom esquecer um pouco a eterna competição de que se reveste a nossa vida, mesmo aos fins de semana e colocar os pés de volta à terra, apreciando momentos de convívio com os que nos estão perto, em locais de extrema beleza, bem perto de nós.

Foi a 1ª vez na minha vida que fiquei em último na classificação geral e confesso: não custou nada!!

Foram perto de 2 horas de caminhada, intervalada com alguns trajectos de corrida, num dia muito bonito, num cenário 'entre serra e mar', realmente magnífico.

Do ponto de vista físico nada de especial a apontar. Foi uma jornada 'leve'. Termino mais um mês sem me aleijar e continuo a evoluir positivamente.

A prova tinha 500mts feitos em areia, na praia do Guincho. Quando comecei a fazê-los, estava em antepenúltimo. Quando acabei, tinha ultrapassado 2 atletas, um dos quais do sexo feminino. Era a prova que me faltava para me decidir e escrevê-lo, preto no branco: este ano vou fazer o RAID MELIDES-TRÓIA, ou a ULTRA MARATONA ATLÂNTICA!!

É por isso esse o meu próximo objectivo! Tenho 2 meses para me preparar um pouco mais especificamente para essa prova.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

II Meia Maratona na Areia


(Em derradeiro esforço termino a minha participação nesta II edição)



Quando em Dezembro de 2009 tive a confirmação, por parte do ortopedista, que poderia recomeçar a correr, foi esta a prova em que planeei regressar. Tratava-se de ter 5 meses para preparação, era uma Meia Maratona, distância que mais me agrada e era feita na praia, local privilegiado e onde sempre gostei muito de correr.

Objectivo: terminar abaixo das 02:00hrs

De lá até ao dia 16 de Maio muita coisa aconteceu. Muitas dúvidas acerca do joelho, principalmente o joelho, que poderia limitar e de que maneira a minha preparação e logicamente a minha capacidade em voltar a fazer os 21.095 metros.

Ontem fiz o que sempre fiz em dias de prova. O levantar cedo, o andar com calma de manhã, o saco, as águas e a fruta, a roupa. Depois cheguei à Caparica por volta das 08:30 e fui de imediato levantar o dorsal.

Depois foi o incontornável café e os preparativos minuciosos para a prova. Os cuidados com os pés, a vaselina e o cuidado com os sapatos. Esta é a base e onde sempre invisto mais cuidados. Depois o dorsal na T-shirt e perto das 09:15 tudo pronto e inicio o aquecimento, ligeiro como convinha com a temperatura alta que já se fazia sentir aquela hora.

A partida foi dada e tudo estava a correr bem. O 1º Km em 6', normal. Depois sempre a rondar o pretendido, perto dos 5:50" / 5:40". Havia muitos lençóis de água e tentei ir o mais longe possível da água. Queria adiar ao máximo o inevitável molhar dos pés.

10 Kms um pouco acima de 00:55'. Isto significava que estava um pouco abaixo do tempo pretendido, mas ainda tinha de fazer o retorno e pior que isso, a pior parte do percurso, precisamente junto aos 11Kms do retorno, onde o piso estava mais mole, mais inclinado e era obrigado a andar junto à água.

Foi sem dúvida a parte mais difícil para mim, algures entre os Kms 10 e 13.

No retorno continuava a sentir-me bem. A parte muscular dava bons indícios e os tempos acompanhavam o planeado. Debatia-me entretanto com os pés molhados e a areia nos pés. Felizmente a vaselina atrasava um pouco os efeitos da fricção.

O facto de fazer a prova de trás para a frente colocava a parte anímica nos píncaros!

Lentamente fui sempre ultrapassando pessoal desde a partida.

Chegou a Praia da Mata e estava a 2Kms da meta. Agora podia considerar que a prova estava feita!!

O objectivo estava cumprido. 1:56:43, foi o tempo oficial.

Saldo final bem positivo. Após 5 meses de preparação, após a operação e algo limitado nos treinos que fiz, consegui fazer uma Meia Maratona abaixo das 2hrs e sem me aleijar.

Faltou-me uma coisa: foi ter a companhia do Alex Jr e da Mãe. Houve uma altura em que idealizei que iria cortar a meta com ele ao colo. Não foi possível desta vez.

Agora, daqui para a frente, há que persistir na receita: empenho + empenho e muito gosto por fazer isto!!

Adoro correr!!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Raid Atlético de Vale de Barris - Palmela

Na manhã de 11 de Abril de 2010 revivi, após 2 anos de interregno, as manhãs de festa, em dias de prova que já vivi.

Escolhi o Raid Atlético de Vale de Barris, em Palmela. Prova de raid, em regime de auto-suficiência, com 30Kms, organizada pelas Lebres do Sado.

Como principal apelativo tinha o local onde a mesma se realizou e o desafio de, passados 5 meses da operação ao menisco, conseguir correr uma prova com as características que esta tem.

Alvorada às 06:00 e todo o nervosismo habitual. O saco ficou pronto ontem.

Passeio com os cães, pequeno-almoço reforçado à base de cereais e saída às 07:30, rumo a Palmela, pelas indicações do Michelin, da Organização e outras, recolhidas no Fórum.

Chegada a Vale de Barris às 08:00 e um local soberbo, numa manhã cheia de sol e à hora, duma frescura que nos predispõe de forma agradável. Por questão de organização optei por deixar a máquina fotográfica em casa e naquele momento arrependi-me porque o local de realização desta prova é merecedor de alguns 'postais' para mais tarde recordar.

Calhou-me o dorsal 90.

A Dora e o Alex Jr. ficaram na cama! Foi uma desistência em cima da hora e em boa hora decidida porque aquilo tinha sido uma grande confusão para ele e para a Mãe.

Às vezes esqueço-me que ele tem 14meses!!

Por volta das 09:00 meeting com alguns esclarecimentos e por voltas das 09:10 estou a correr, numa prova, conforme o prometido (quase) na cauda do pelotão de cerca de 85 atletas.

Não cumpri a promessa que fiz ao Pedro Marques de sair em último. Faz-me confusão o termo 'vassoura' e fugi dele ...

Logo aos 700mts a 1ª subida e logo ali me coloquei em marcha. Uma longa subida, no topo da qual se retoma a corrida. Tenho atrás de mim cerca de 5 atletas, um deles a Analice, que fez ontem 100 Kms em Mérida ... (no comments)

A vista para o vale é esplêndida!! Há muita gente já de BTT e alguns caminhantes. O lugar reúne condições fenomenais para este tipo de actividades: dificuldade física e perspectivas muito boas dum local privilegiado.


Não tenho termo de comparação com outras provas do género, mas o trajecto desta prova pareceu-me bastante difícil, com pisos com bastante sinuosidade, de acesso complicado, alguns em single track, onde para passar tínhamos praticamente que afastar a vegetação e com uma altimetria bastante variada e exigente.

Entre os 10 e os 15 Kms tenho ideia de ser o trajecto com mais estradões, a maioria dos quais com muitos calhaus e os meus pézinhos reclamaram de tão mal tratados serem.

A questão dos abastecimentos não correu mal de todo. Ainda comi uma peça de fruta, mas foi única porque é alimento que demora mais tempo a ser mastigado e o esforço exigia respiração constante. Optei por líquidos, bolachas energéticas e cubos de marmelada. O acesso à mochila que arranjei, revelou-se complicado e sempre que tive necessidade de recorrer a ela , fi-lo com alguma dificuldade.

Esforçei-me por comer qualquer coisa de hora a hora e levei sempre água na mão, que ia bebendo frequentemente. Levei 1,5Lts de água e 0,5lts de Gatorade e foi suficiente, apesar da temperatura elevada que se registou.

Até ao 1º terço da prova senti-me bem, com força nas pernas q.b. embora os trajectos me parecessem bastante dificeis. Entre os 10 e os 20 Kms senti alguma perda de ritmo devido a ter de intercalar muitos trajectos de caminhada com a corrida. Os últimos 5 Kms, onde se encontravam os maiores obstáculos em questão de altura, foram já feitos com grandes dificuldades.

Mas consegui acabar a correr e dentro do tempo que me servia de referência: 4 horas!

Como escrevi anteriormente, a vontade foi realmente a principal arma que me ajudou a ultrapassar este 'teste' em que me meti! A minha preparação é nesta altura muito deficiente, se pensar que tive à minha frente 30Kms feitos em condições de piso e temperatura muito exigentes.

Mas consegui, aparentemente sem mais mazelas que não as normais pernas e pés doridos. O joelho, minha maior preocupação, aparentemente está bem.

Tempos:
10K = 01:10
15K = 01:45
20K = 02:24
25K = 03:10
30K = 03:50

Nos 1ºs 15K fiz 7'/Km. Depois, foi sempre a aumentar ...

Estou muito satisfeito com a m/prestação. Consegui ganhar uma bola de berlim sem me aleijar. Cumpri por isso a 100% os meus objectivos para esta Prova, que marca o meu regresso, espero que duradouro, às provas.

Até à próxima agora é só ... treinar!!

terça-feira, 6 de abril de 2010

Estágio de Páscoa 2010



Mais uma Páscoa passada na Sapateira, ali juntinho à Lousã.

Em anos anteriores venho de lá a 'salivar' e com a sensação de não ter tirado proveito de um local com uma beleza indescritível, para além de condições óptimas para a prática de qualquer actividade física que se sirva daqueles infindáveis caminhos, que percorrem aquela vasta extensão.

Em tempo de retorno à corrida e em preparação para o Raid de Vale de Barris, este ano aproveitei bem e fiz dois treinos em trilhos metidos na serra.

No 1º dia sem chuva e sem companhia dos meus cães. No 2º dia com isso tudo. Os dois dias ficarão durante uns tempos na minha memória como momentos de tremenda felicidade por estar a correr e num sítio daqueles.

Será sempre um dos meus locais de corrida!!

quarta-feira, 24 de março de 2010

Limpar Portugal - Uma obrigação moral




Sempre me fez impressão o lixo no chão.

Na praia essa aversão assume por vezes foros de paranóia.

Por isso, quando há uns meses tomei pela 1ª vez conhecimento desta iniciativa disse cá para mim: a esta não posso faltar!

Assim, no passado dia 20 de Março, lá estava eu no meu bem conhecido Vale do Jamor, junto das Piscinas, à espera de ser destacado para o local que escolhera, na ocasião do preenchimento da ficha de inscrição: Praia da Cruz Quebrada - Praia de Caxias.

Por questões de organização aquele não era de facto o local que me seria destinado, mas fiz questão e juntei-me a um grupo de escuteiros que naquele local e em grupos se empenhava em dar um aspecto um pouco melhor aquela zona, tantas vezes frequentada nas minhas sessões de treino.

Ofereci-me para ali por ser um local conhecido, por passar ali muitas vezes em corrida ou de bike e por ser uma praia, embora já há muito impossível de frequentar devido à poluição do Tejo.

Andei ali desde as 09:00 às 16:30. Apanhei chuva, sujei-me e fiquei com uma dor nos músculos de tanta vez me baixar e levantar, mas no final, quando dei por terminada esta tarefa, senti que de algum modo tinha feito a diferença.

Apanhei mais de 10 sacos de 100 litros de materiais plásticos. Dediquei-me quase exclusivamente a este tipo de material por ser dos que mais lentamente é assimilado pelo ambiente.

Não é todos os dias que sinto o que senti naquele dia.

Senti que tinha feito algo de útil para com o ambiente e embora cansado, naquele sábado, ao final do dia senti-me realizado.

O regresso, ou o poder da vontade própria





Há dias, passando os olhos em alguns posts no fórum que ultimamente mais frequento, cheguei à notícia da II Edição do Raid Atlético 30Km Vale de Barris, organizado pela Associação de Atletismo Lebres do Sado. Não resisti, inscrevi-me!

Fui operado em 5 de Novembro, recomecei a prática da corrida a 18 de Dezembro e tenho assim, nesta altura, cerca de 3 meses de sessões, 3/semana, de baixa intensidade, primeiro a 7’ e ultimamente a 6’:30” por Km. É com esta preparação mas com muita vontade que irei, se chegar lá, alinhar às 9:00hrs do próximo dia 11 de Abril, na partida para aquela prova.

Aliás, será essa vontade a principal arma que espero me auxilie a ultrapassar o resultado daquele impulso, que me levou naquele dia e contra todos os conselhos da minha Dora a fazer a transferência referente ao custo da inscrição.

A realizá-la de facto, tal constituirá o meu regresso às provas, após mais de 2 anos decorridos desde Dezembro 2007, altura em que fiz a Meia de Lisboa.

Tinha planeado fazer o meu regresso na Meia da Areia, em Maio. Trata-se de uma prova em local onde sempre gostei muito de correr e seria por isso uma justa homenagem ao mar e à praia.

Pela foto acima, fico com a certeza que ao trocar aquela prova por esta, a paisagem envolvente não ficará atrás da outra, irei conhecer um local pouco conhecido e irei fazê-lo correndo (ou andando) pela 1ª vez em regime de Trail.

Pela leitura de posts deixados no tópico dedicado à 1ª Edição, retirei alguns pontos positivos:
1- A distância afinal é de 28,1Kms, o que me desconta cerca de 2Kms. É bom, é muito bom!!
2- A altimetria não é muito exigente. Parece que a complicação é por volta do Km 25º e aí já devo ir em ‘passeio’;
3- A feijoada no final é muito boa.

Assume-se assim por uma ‘aventura’ com uma pitada de loucura, mas que, caso corra bem, se tornará de facto em mais uma boa recordação das minhas corridas.



Foto retirada de http://momentoseolhares.blogs.sapo.pt/

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Parabéns 'Feijoca'

Exactamente há um ano atrás escrevi estas palavras no meu Moleskine:

"Às 06:26 a Dora dá entrada no SFX com contracções fortes e regulares. O Feijoca nasceu às 08:55! Tem 3,080grs e é uma Beleza!!"

Parabéns Alexandre, Filhote mais pequeno.

Fizeste com que 2009 fosse um ano muito especial e quase que completamente preenchido por ti, apesar das tuas dimensões.
Estragaste-me o descanso das noites bem dormidas, mas viraste a m/vida ao contrário.
Os teus olhos, o teu sorriso, as tuas mãos pequeninas com o dedito sempre a apontar para ninguém sabe onde, enchem-me de orgulho e de eterna gratidão.

Ver-te crescer, os dentes a nascer, as 1ªs palavras balbuciadas, os 1ºs passos, rejuvenesceu-me e como isso me sabe bem!!

Se houver por aí 'luzes condutoras', que haja uma que algures zele por ti e te mantenha saudável e já agora a mim também, para ter a felicidade de te ver crescer mais uns anos ...

Parabéns também para ti Mãe.