segunda-feira, 15 de novembro de 2010

36ª Meia da Nazaré

1038 ALEXANDRE PINA DUARTE Alexandre Duarte 166 Individual 36ª Meia Maratona - 14 de Novembro de 2010 Veteranos M50 Masculino 02:00:16


Escrevi no meu registo de treinos no Fórum do Mundo da Corrida:


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A NAZARÉ é à parte!! Perco toda a razão quando se aproxima a data de mais uma Edição. Na última semana corri 20' + 45'. Passei a semana com dores cujas causas desconheço.
Tudo o que era sensato fazer eu ignorei. Levantei-me às 06:30 e fui para a Nazaré!!

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No ano passado, por esta altura eu contava uma estória acerca da m/hipotética, sonhada, desejada e impossível participação na edição de 2009 da Meia da Nazaré. Tinha sido operado ao joelho, há 10 dias e a Nazaré para mim era apenas recordação e desejo.

Este ano a Nazaré surge a 3 semanas da minha 1ª tentativa de fazer uma Maratona aos 50 anos.

Este ano, já posso narrar a história da minha participação.

A Nazaré tem um significado único. É o carisma único duma prova com muito significado para mim.


Estive praticamente sem correr toda a semana, com uma dor cuja origem desconheço. Testei a ‘coisa’ na sexta e aquilo não foi carne nem peixe … Dói quando respiro mais profundamente, o que acontece quando se corre … Mas eu tinha de ir à Nazaré …

A rotina, já noutras ocasiões seguida repetiu-se ontem. Tudo igual. Desta vez escolhi deixar o carro perto duma saída, para que, assim que terminasse me pudesse escapar para ir dar os parabéns a outra Mãe, à minha, também hoje de parabéns pelo 80º aniversário!!

O levantamento do dorsal, o café e o bolinho, tudo igual. Desta vez a partida, a minha partida, foi às 09:50. Tirei 01:10hrs para fazer o meu ‘aquecimento’. Aproveitei a Nazaré para fazer mais um treino longo. Arranquei às 09:50, sob o olhar desconfiado de quem estava ainda em passeio na marginal e dos polícias que se iam colocando estrategicamente no percurso. A ideia era fazer 11Kms a rondar os 06:15/Km e depois começar a Meia-Maratona para terminar abaixo das 02:00hrs. Fiz o 1º contacto com o Mar, que hoje não pude gozar como noutros anos, onde invariavelmente sempre me deliciava durante o passeio pré-preparativos. A manhã estava boa para correr. Pouco vento e uma temperatura muito agradável. Fiz o retorno na Quinta Nova, no 16ºKm e depois dei a volta por cima da Nazaré. Passei no carro, vesti uma camisola seca, peguei numa barra energética e lá fui, rua abaixo para a outra prova. A partida já tinha sido dada e apanhei a cauda do pelotão, composto primeiro pelos caminhantes e só depois pelos participantes na Meia.

A meio da avenida da meta, lá consegui começar a correr. Andei sempre mais ou menos certinho, lá houve Kms que me distraí e fui para os 05:30/05:20, mas dum modo geral mantive sempre um ritmo mais ou menos constante. Ia um pouco a medo porque não sabia se a dor se iria ou não agravar.

Calmamente fiz a m/prova. Senti-me bem muscularmente. Notam-se os Kms que tenho feito, pelo menos quando se trata de fazer entre 25 e 30Kms. Fiz até hoje 3 treinos longos. 1 de 23Kms, na praia e 2 de + de 30Kms. Possivelmente deveria fazer mais. Mas foi o possível.

Por volta dos 19Kms (11+19=30K), as pernas começaram a transmitir algum cansaço. Mas a meta estava já ali ao fundo, da sempre longa avenida.

Cortei a meta algo combalido, com dores no joelho e nas costas, mas muito feliz porque consegui uma vez mais vir à Nazaré!!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

1º Aniversário da Artroscopia

Faz hoje um ano que aguardava cheio de nervoso a realização da artroscopia ao joelho esquerdo.

Faz hoje um ano que tantas dúvidas passavam nesta cabeça.

-->Seria que quando aquilo acabasse conseguiria voltar a correr?
-->Caso não conseguisse, o que iria fazer no ponto de vista de prática desportiva?

Com quase 50 anos e impossibilitado da prática da minha actividade física de eleição, o futuro apresentava-se sombrio.

Das leituras que fiz, sobre casos idênticos, a recuperação era a parte mais complicada da intervenção. Sem qualquer gabinete médico/fisiátrico de apoio, tudo dependia da sorte.

Sorte na intervenção, sorte na extensão da ruptura, sorte da recuperação, sorte no tratamento de fisioterapia, etc, etc

Hoje, passado um ano, acho que, sem grande excesso de optimismo posso considerar que tive sorte.

Tive sorte porque a extensão não era muito extensa (50% de corte). Tive sorte na recuperação cuidada que fiz. Tive sorte no fisioterapeuta.

E finalmente tive sorte porque ontem corri, hoje espero correr novamente e amanhã já sonho com a Maratona de novo, agora, aos 50 anos.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Maratona de Paris - Cap. I

O Certificat Médical



Esta será concerteza uma das várias histórias que aqui deixarei, ácerca desta minha aventura que se chama Maratona de Paris.

A aventura inicia-se no meu 50º aniversário, quando depois de muito 'choro' alguém teve como ideia oferecer-me uma inscrição numa Maratona de renome internacional.

O 'choro' focava-se no sonho de um dia correr a Maratona de Londres, mas tal 'choro' valeu de pouco, dado o calendário daquela prova e a especificidade do modo e tempo para efectuar a inscrição.

Surgiu então a hipótese Paris e Paris será!!

Passados alguns dias, com algum nervoso à mistura, finalmente a prenda concretizou-se e já se conseguiu obter uma entrada no local respectivo.

-->17110 (Bleu (objectif 3h30)) DUARTE, Alexandre-VH2-Certificat médical<--

A partir deste momento estava inscrito e logo iniciei algumas pesquisas para esclarecer a questão ali colocada: faltava o Certificat Médical!!

No Fórum alguém esclareceu: "... ah isso leva-se ao médico e ele coloca lá uma cruz ...". Respirei fundo e marquei uma consulta para a minha médica de família.

Imprimi o formulário e lá na consulta puxei do papelinho e coloquei-o à frente da minha interlocutora, explicando-lhe o objectivo.

Ela olhou para mim, franziu a testa e sorrindo explicou: "se não se importa prefiro que faça primeiro uma prova de esforço e depois a gente fala"!!

Fiquei ferido no meu orgulho de gajo cheio de saúde e revoltado, despedi-me da Sra. com um sorriso amarelo e uma prescrição debaixo do braço.

A Sra. Dra. conhece-me há, no mínimo, 5 anos e não me passa um certificado atestando que estou em condições de correr uma maratona...

Hoje fui fazer a tal Prova de Esforço. De calções e ténis, lá entrei de peito feito no gabinete, saltei para a passadeira, coloquei o técnico à vontade informando-o do objectivo da prova e também que estava habituado a esforços prolongados.

Começou o teste e eu satisfeito da vida nas calmas ... blá, blá, ... passados cerca de 15', mas que me pareceram 30', completamente a pingar (!!!), ouço com imensa alegria que o teste iria parar pois "atingira as 170 bpm". Passados alguns segundos aquela máquina infernal finalmente reduzia a velocidade e inclinação e após mais alguns minutos de retorno à calma, finalmente parou.

Acreditem caros leitores ... eu pingava suor por todos os lados ... nunca pensei que uma prova de esforço obrigasse a tamanho esforço!!

O técnico virou-se para mim e informou: "está tudo óptimo, pode correr à vontade!!".

E aí o meu orgulho próprio fez de novo inchar o peito, desci da passadeira, enrolei a bata e saí qual general vitorioso duma díficil batalha!!

Parece que após esta prova, não restarão dúvidas à minha médica de família que estou em condições físicas que permitem que eu obtenha o tão desejado Certificat Médical!!

Eu entretanto e porque estava ali mesmo, à beirinha de Monsanto, fui fazer o meu treinozinho. Mas isso já é outra história!