sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A Viagem - Cap. III (O regresso)

Desta vez deixei aos meus Filhos um 'PUP'!

E o que é um 'PUP' questionam vocês.

Pois um 'PUP', como está fácil de ver, mais não é que um Pick Up Point, em Português, um local de extracção (!!) ou seja, são as coordenadas GPS de um local, a meio do caminho para casa (cerca de 70Kms), onde alguém me apanhará (ou apanharia) caso eu veja (ou visse) as coisas mal paradas ...

Feita a trouxa para a viagem, despeço-me e reinicio a viagem. Nem 5' tinham passado e cruzo-me com o meu Irmão, que está a chegar. Seguem-se mais 15' de conversa e depois sim, estou de regresso!

Desta vez custou-me menos o arranque que nos anos anteriores. Como não há calor, custa-me menos o recomeço depois da paragem e do almoço.

Recordo aqui os 100Kms de Portalegre e o PAC6 no Marvão. Depois de 2 tigelas de sopa acompanhadas com pão caseiro e já com roupa seca no corpo e com o sol a brilhar, o que me custou arrancar depois desta paragem ... Se não fosse o António Almeida a puxar por mim, tinha ficado cá em baixo no jardim, a fazer uma sesta à sombra de uma árvore ...

Às 13:29 o raposão Jorge envia mais um sms com um incentivo da sua parte, da Augusta e até do João Lima, companheiro de corridas, de barreiras, de sonhos, de objectivos, mas com quem curiosamente nunca falei. É espantosa a força que a corrida tem, a suscitar tal manifestação de companheirismo.

Logo a seguir a este sms do Jorge, entra outro, agora do Egas, também ele novamente no apoio, tal como já sucedera nas 2 edições anteriores.

A sensação de peso e falta de resistência acompanham-me, mas o ritmo calmo e descontraído ajudam de algum modo a minimizar os efeitos.

Passados alguns minutos lembro-me do MP3 e que seria excelente colocar um pouco de música para o início do regresso. Mas definitivamente este capítulo da viagem estava 'minado' e também o MP3 se recusou a funcionar. Estou definitivamente entregue a mim mesmo, sem telemóvel, sem sms e agora sem música ambiente!

Para baixo trago mais água, mas mesmo assim ainda irei comprar mais 0,5lts em Lousa. Com cerca de 60Kms marcham as clementinas e as chipmix. Aos 70Kms compro 1 coca-cola e 1 banana. A 1ª marcha logo um pouco à frente, a acompanhar a sandes de presunto, numa esplanada que encontrei. Passado 1 par de Kms, segue-se-lhe a banana antes que fique amassada!

Por volta das 18hrs o Guilherme pergunta:
"Aguentas? Não vais precisar do PUP?"

Por falta de carga no telemóvel opto por não responder, mas penso cá para mim: "não, ainda não é desta que irei precisar do PUP!!"

O dia começa a arrefecer. Sinto-me bem nas partes em que corro e gradualmente descontraio. À medida que os Kms passam, gradualmente ganho confiança sobre as hipóteses de concluir a jornada.

De vez em quando ligo o telemóvel, apenas para apressadamente dar notícias ao meu apoio, avisando do meu progresso e desligo de imediato.

Tenho que lhe poupar a bateria, caso venha a precisar dele!

Agora também a Joana dá uma forcinha:
"Bora lá Papi! Já não falta tudo!!"

Como a amplitude térmica do dia foi mais baixa, sinto menos a transição para o final da tarde. Estou com curiosidade em ver como vai correr o desvio que desta vez planeei para fugir da zona de Caneças, Carenque e Queluz, que é muito complicada de passar, devido à falta de visibilidade em zona com muitas curvas. 

A encosta de Vale Nogueira é agora a subir e bem a subir! É uma parte difícil, porque arrefeço e está já muito escuro. Para ajudar os cães que aqui e ali vão aparecendo no meu caminho e que complicam, apenas porque são chatos! Quando finalmente chego lá acima, estou à entrada de Caneças. Faço mais uma pausa, como qualquer coisa e bebo água. Dali até ao tal desvio ainda tenho uns 4/5 Kms para fazer, já em estrada sem bermas, sem iluminação e já com muito tráfego. As curvas esquerdas são um constante desafio de atenção e esquiva. Quando me vejo muito apertado lá tenho de saltar para a valeta de escoamento de águas. Respiro de alívio quando chego finalmente ao desvio, mas outra aventura está prestes a começar ...

Por volta das 19:30hrs, envio um sms à Dora a avisar que estarei a cerca de 1hora de casa. Em resposta, recebo:
"Boa! Aproveita a paz se chegares antes do pequeno furacão ..."

Mesmo sem MP3 andei sempre acompanhado, apesar da pouca interacção, dadas as limitações em termos de bateria no tlm. É uma componente muito importante esta do apoio dado pela Família e Amigos.

Dado o meu feitio reservado, nunca me juntei a qualquer grupo ou clube. Neste meu último recomeço, pós-meniscectomia, ainda fiz alguma tentativas com O Mundo da Corrida, mas a coisa não evoluiu. Fiz no fórum alguns convites para treinos no EN, mas nunca houve qualquer resposta. Daí nasceu a brincadeira do Grupo dos Não Alinhados ou dos Desalinhados, que é formado por uma série de membros com particularidades, sendo que ter 4 patas é apenas uma delas. Foi daí que nasceu a amizade especial com algum pessoal, com o qual tendo pouco contacto, tal facto não impede a que surjam atitudes espontâneas como estas que vos venho relatando. Estive até hoje talvez 6 vezes com o Jorge Branco. Corri com ele talvez duas delas. Na prova do Guincho, que ele divulga e na edição 'pirata' do Fim da Europa, acho que em 2012. Pouco conheço dele e o mesmo se passa em relação a mim, no entanto é menino para me enviar sms às 5horas da manhã e passar praticamente o resto do dia no apoio a esta minha viagem. Confesso que não me considero merecedor de tal tratamento e declaro-me em débito, com difíceis probabilidades de alguma vez conseguir saldar tal dívida.

Para ele em especial, mas extensível à Augusta, ao Egas e ao João, o meu obrigado!

Mal sabia eu no que me estava prestes a meter...

O plano que fiz para me desviar daquele bocado do meu percurso, foi apenas estudado nos mapas, seja Google Earth, seja Maps, seja do Garmin. Aquilo dá para se fazer uma ideia, mas este vosso companheiro não quis estar a perder tempo para explorar aquilo no terreno, nem que fosse de carro. Naaaa, este vosso amigo, estudou os mapas e fez uma cábula e pronto, foi só!! Mas o que é certo é que apenas acertei nos 1ºs 3 kms do esquema!!

Passei por baixo da CREL, por uma via que liga a Casal de Cambra, passados cerca de 300mts meti, como planeado, por um caminho em terra. Fiz o tal caminho aos tropeções, sem ver onde punha os pés. Está já muito escuro e o caminho está cheio de vegetação. Vou até ao final, ouço cães à minha esquerda (...) e quando chego ao final, há um outro caminho na perpendicular.

Naquela altura as m/opções eram:
  • Para a dtª: Não é opção, pois voltaria para trás!
  • Para a esqª: Não quero. Não me agradou ouvir cães tão perto em zona que desconheço!
  • Para trás: Idem, também não quero!
  • Resta-me avançar!!
Por trás de algum arvoredo há uma estrada, que calculo seja a que quero alcançar. Para lá chegar tenho à minha frente uma cerca em rede, com cerca de 1mt e arame farpado no topo da mesma!!

Escalo a coisa, protegendo particularmente algumas partes (...) e lá consigo transpô-la! Sigo a tal estrada, na berma, na expectativa de me assegurar que estou no local correcto. Há uma curva larga e longa à esqª, finda a qual o que é que eu vejo?? Adivinham?? As portagens da CREL!! Naquele momento pareceu-me que a hipótese menos má seria avançar mesmo e ter esperança de encontrar uma saída qualquer, o mais depressa possível.

E lá vou eu, a correr pela CREL!!

Passo pela via verde, porque não tinha dinheiro trocado (...) e sigo pela berma. Acelero e faço slalom entre rails, valas de escoamento e outros objectos abandonados por ali. Vou com um olho no chão e o outro na berma, à procura duma escapatória. Não encontro nada onde as chances de não me aleijar compensem o risco, por isso vou avançando. Aguardo a qualquer altura uma patrulha da GNR que me dê uma boleia forçada dali para fora e começo a ver indicações de aproximação de túnel! Estou na CREL há cerca de 2kms, que me parecem já uma eternidade. Finalmente a cerca de 300mts do Túnel de Carenque, há um viaduto, com uma estrada por baixo e cujo acesso me parece possível. Para lá chegar 'só' tenho de passar novamente pela cerca em arame, com o tal farpado no topo e descer uma ladeira. Finalmente lá consigo chegar à estrada sem mais novidades e estou de novo na Estrada das Águas Livres e, apenas para que conste, evitei a parte do trajecto a que me propunha com o tal desvio, por isso e para os devidos efeitos, aparte um pormenor(zito), atingi o meu objectivo, mesmo que para tal tenha andado em plena CREL!

Esta parte serviu para animar a coisa q.b. e estou novamente em Queluz. Começa a chover, agora com mais intensidade, mas depois de cerca de 90Kms não é coisa com que me preocupe minimamente. Atravesso Queluz, em direcção ao Palácio, passo o viaduto sobre o IC19 e entro em Queluz de Baixo. Ligo o telemóvel e a Dora diz-me que está praticamente no mesmo local, visto que os nossos caminhos são a partir daquela zona coincidentes até Queijas. Chove agora com muita intensidade e não consigo recusar a boleia que ela me oferece quando passa por mim. Estou com pouco mais de 100Kms, faltam cerca de 4Kms para casa, mas o facto de os ter ali à mão, aliado ao facto de estar a chover muito , levam a optar por dar por concluída a minha viagem.

Acabou a minha viagem de 2014! (vejam aqui mais pormenores)

Como ponto mais alto, nomeio o facto de a mesma ter acontecido. O simples facto de a conseguir ter feito, com uma preparação muito deficiente, é sem dúvida o mais importante. E acaba igualmente por ser a falta de preparação o ponto menos positivo a nomear já, em jeito de balanço a quente. A falta de preparação retirou-me atenção para outros pensamentos, que não fossem em exclusivo estar sempre a pensar se iria ou não conseguir concluir mais uma viagem! Disponibilidade que viria à tarde, já por volta dos 70Kms, quando gradualmente comecei a sentir que conseguiria fazer todo o trajecto.

Até 2015!

A Viagem - Cap. II (A ida)

Deitei-me pouco depois da meia-noite. Acordei às 03. Fui à janela e lá fora caía muita chuva, batida por vento forte.   Belo augúrio  pensei eu e despachei-me de novo para a cama.   Há-de passar ...

Quando saí de casa, faltavam 2 ou 3 minutos para as 05:30 e a manhã até nem estava muito fria.

Não chovia ...

Queijas dormia ainda.

Avanço em passo apressado para atravessar Queijas.

A Viagem está a começar!

Atravessado o centro da vila, entro numa zona rural, parte da Serra de Carnaxide, que separa os concelhos de Oeiras e Sintra. O caminho é escuro como breu, mas é bem conhecido e inicio aqui a evolução em passo de corrida.

Avanço chapinhando aqui e ali nas inúmeras poças nascidas com a chuva das últimas horas.

Passados alguns minutos entro na zona industrial de Queluz de Baixo, pouco à frente é o IC19 e logo a seguir + Queluz, que não se chama de Cima não sei porquê, se o outro lado se chama de Baixo!
(qualquer dia pergunto ao Luís 'Tigre' que ele sabe concerteza ...)


A 1ª foto é sempre aqui, em Queluz, no Centro de Saúde onde a minha Mãe trabalhou tantos anos. Foi o último centro de saúde antes da merecida aposentação. Nesses tempos, quem trabalhava tendo contribuído uma vida para o respectivo sistema de saúde, ainda tinha direito a uma reforma. Ela ainda foi em boa altura e ainda teve um bom conjunto de anos para gozar dessa reforma. Feita esta paragem sigo em direcção a Belas.

Faço a 1ª hora e levo feitos 7Kms, tal como planeado.

Segue-se um trajecto junto à CREL e do Aqueduto das Águas Livres, que me irá levar a Caneças.

O dia começa a nascer e recebo o 1º sms do dia, claro que do Jorge Branco, que me dá o 1º empurrão:

07:02 03/02/2014
"Directamente do Centro de Controle da Toca da Raposa Manca, votos de boa jornada e aquele abraço."

É o apoio que se repete pelo 3º ano consecutivo e que me acompanha em toda a jornada. (Tenho pena do meu telemóvel ter expirado precocemente, porque me fizeram falta as doses parcelares de adrenalina que o sinal de sms a entrar me ia dando durante o caminho!)

Depois de Caneças segue-se mais uma zona rural. É Vale Nogueira e A-Dos-Calvos. Como a encosta para lá é a descer, aproveito para aumentar um pouco o ritmo, aproveitando o peso e a gravidade.



Aqui levo a 1ª chuveirada. Pequena, ligeira e retemperadora, sem qualquer aspecto negativo, foram apenas uns chuviscos de apenas 5'.

Logo à frente estou em Guerreiros, onde faço a minha pausa para o 2º pequeno almoço. Uma sandes mista e um sumo e siga viagem, debaixo de mais um chuveiro, ligeiro também como o anterior.

Estou na Estrada Nacional 8 e porque no ano passado o dia 03/02 calhou a um domingo, já não me lembrava de tanto movimento. Quando os pesados passam por mim, fico com as pernas todas salpicadas da água que ainda está na estrada. Alguns desviam-se, outros nem por isso. Apesar de tudo vou agradecendo, porque sou eu que estou no sítio que é deles.

Vêm à memória as férias na Consolação - Peniche, por volta de 1984/1985 e os 'estágios' para as primeiras idas à Nazaré. Passei ali as férias de verão com a minha Mãe, durante 2 ou 3 anos, no mês de Setembro e já a treinar para a Corrida do Tejo (ainda da Câmara Municipal de Oeiras), com a qual arrancava a época, a que se seguia a Nazaré. Ali, os treinos em alcatrão tinham como destinos preferenciais Peniche, Cabo Carvoeiro ou Lourinhã e nessas saídas partilhava a estrada com os carros e também com as camionetas de passageiros, cujos motoristas, à força de me verem ali quase todos os dias, já me iam cumprimentando quando nos cruzávamos. Estavam a começar as corridas para mim e tinha 24/25 anos e tanta coisa mudou de então para cá.

Naquela manhã ali ia eu, uma vez mais a partilhar a estrada com as camionetas, mas com mais do dobro da idade e com objectivos bem diferentes daqueles que tinha na Consolação.

Segue-se na minha rota Ponte de Lousa


A manhã vai avançando e a espaços o sol, mesmo meio tapado, vai aquecendo um pouco.

Na Póvoa da Galega faço mais uma pausa, agora para o café e um bolo seco.

Nesta paragem envio notícias para o Centro de Controle e para os meus Filhos, que estão em apoio e me irão levar o almoço, o lanche e o equipamento para o regresso. Tenho agora na trouxa 0,50cl de água, 3 clementinas, 2 bananas, amendoins salgados e meio pacote de chipmix. A única coisa que irá resistir serão as bolachas, tudo o resto marchará.

Aqui, pouco depois do café da manhã, há mais uma dose da Toca da Raposa:
"Espero que o sol que faz aqui na toca, também te esteja a acompanhar desse lado. Toda a força do mundo e um abraço desde o Ribatejo! Embora Alex!"

Dá um ânimo do camandro, do catano e do carago, receber um sms destes quando estamos numa aventura como estive em 3 de Fevereiro!

Por volta das 10:30, são estes os cenários por onde passo.







Estou a cerca de 1 hora do meu destino. Quando há um trajecto relativamente longo para correr, sinto o corpo pesado e sem ritmo. São poucas pernas para tanto peso!! Arranquei para esta jornada com cerca de 88kgs, cerca de 5Kgs a mais e que explicam a sensação de peso.

As dúvidas que estas sensações colocam ocupam-me em demasia e tiram-me cabeça para o que eu queria mesmo. Os cenários aliviam um pouco e distraem.

Chego a Runa  às 12:30, com cerca de 7 horas de viagem.


Metade está feita!

Chego ao meu destino e os meus Filhos já lá estão. Coloco o fiel 'Silver' à carga e mudo de roupa. Depois segue-se o almoço:

Sandes de Presunto, cerveja preta e batata frita.

É agora tempo de fazer finalmente a visita.

Passada cerca de 1 hora sobre a chegada é altura para iniciar o retorno. Durante cerca de 15' ainda deu para carregar um pouco também o telemóvel e arranco.

Estou de regresso ...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Viagem - Cap. I

Na manhã seguinte o que sinto é a sensação do dever cumprido.

Não é uma sensação muito usual, dado ser uma pessoa preguiçosa, mas é por isso ainda mais gratificante.

Se há alguém a quem devo, não somente isso, mas muito mais que isso, é à minha Mãe.

Para trás fica muita coisa, até chegar às 05:30hrs de ontem (3FEV2014). Realce para as já habituais dúvidas, acerca da condição física e das probabilidades de cumprir esta, que se vai fazendo tradição de 3 anos, com algum prazer.

Confesso que ontem pensei demasiado em mim e no meu corpo e por isso tive menor disponibilidade para pensar naquilo que queria. Se o dia 3/2 não for dedicado (quase) na totalidade a pensamentos e recordações doutros tempos, então não vale a pena andar a percorrer 100 kms. Em vez disso vou para uma qualquer prova qualquer, estilo Portalegre e faço a mesma coisa. Será este talvez o único ponto negativo da minha viagem. A fraca preparação e as sensações dos 1ºs Kms levantaram muitas dúvidas acerca do desfecho da jornada e estes receios, ocuparam demasiado tempo da viagem.

Aconteceu até algo que nas 2 edições anteriores não tinha acontecido, que foi ter mais tempo e disponibilidade para os meus pensamentos na 2ª parte da viagem - regresso, do que na 1º parte - ida. Quererá isto significar que uma vez que me tenha apercebido que fisicamente iria conseguir terminar a jornada, a minha cabeça começou então a ter mais tempo para pensar noutros assuntos.

Ontem a ida foi mesmo mais complicada, porque o corpo simplesmente não tinha a rotina de kms. No regresso, com gestão de esforço, lá consegui aliviar os temores dum colapso e assim sobrar mais tempo para o que afinal ali fazia mais falta.

O dia em termos de clima esteve mais difícil que nos anos anteriores. Mais vento lateral, menos sol e alguma chuva, principalmente no final.

Saí às 05:30 e fiz mais ou menos um ritmo de 7Kms/Hora (*). Muitas paragens e tudo feito com a menor atenção possível ao 'Silver', entenda-se relógio.

A dieta manteve-se idêntica aos anos anteriores. Sem complicações, invenções ou inovações e com limites auto-impostos em questão de espaço, o supérfluo é obrigatoriamente descartado. Desde a UMA de 2012 que só de pensar em Géis e Barras fico enjoado. Desde aí aqueles artigos deixaram de constar na minha trouxa de eventos mais longos e dão lugar a artigos mais simples e principalmente mais baratos.

O Alex Jr. na véspera, esteve a brincar com o telemóvel. Embora eu me tenha lembrado desse facto, à noite a carga indicava estar completa, mas o que é certo é que, provavelmente por estar já algo viciada, com apenas 5horas de jornada e alguns sms, a bateria começou a queixar-se, vindo (a coitada) a desfalecer ainda antes da 1ª metade do caminho. Este imprevisto trouxe algumas complicações a nível de contactos com os meus apoios. A meio do percurso, meti à carga o 'Silver' e o Telemóvel, tendo essa carga, mesmo curta, aguentado com alguma contenção os equipamentos até ao final. No regresso vim com o telemóvel desligado e só o liguei a espaços, apenas para ir avisando da minha evolução.


Vai assim começar A Viagem!







(*) Ver dados estatísticos nos capítulos seguintes.