quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A Viagem - Cap. I

Na manhã seguinte o que sinto é a sensação do dever cumprido.

Não é uma sensação muito usual, dado ser uma pessoa preguiçosa, mas é por isso ainda mais gratificante.

Se há alguém a quem devo, não somente isso, mas muito mais que isso, é à minha Mãe.

Para trás fica muita coisa, até chegar às 05:30hrs de ontem (3FEV2014). Realce para as já habituais dúvidas, acerca da condição física e das probabilidades de cumprir esta, que se vai fazendo tradição de 3 anos, com algum prazer.

Confesso que ontem pensei demasiado em mim e no meu corpo e por isso tive menor disponibilidade para pensar naquilo que queria. Se o dia 3/2 não for dedicado (quase) na totalidade a pensamentos e recordações doutros tempos, então não vale a pena andar a percorrer 100 kms. Em vez disso vou para uma qualquer prova qualquer, estilo Portalegre e faço a mesma coisa. Será este talvez o único ponto negativo da minha viagem. A fraca preparação e as sensações dos 1ºs Kms levantaram muitas dúvidas acerca do desfecho da jornada e estes receios, ocuparam demasiado tempo da viagem.

Aconteceu até algo que nas 2 edições anteriores não tinha acontecido, que foi ter mais tempo e disponibilidade para os meus pensamentos na 2ª parte da viagem - regresso, do que na 1º parte - ida. Quererá isto significar que uma vez que me tenha apercebido que fisicamente iria conseguir terminar a jornada, a minha cabeça começou então a ter mais tempo para pensar noutros assuntos.

Ontem a ida foi mesmo mais complicada, porque o corpo simplesmente não tinha a rotina de kms. No regresso, com gestão de esforço, lá consegui aliviar os temores dum colapso e assim sobrar mais tempo para o que afinal ali fazia mais falta.

O dia em termos de clima esteve mais difícil que nos anos anteriores. Mais vento lateral, menos sol e alguma chuva, principalmente no final.

Saí às 05:30 e fiz mais ou menos um ritmo de 7Kms/Hora (*). Muitas paragens e tudo feito com a menor atenção possível ao 'Silver', entenda-se relógio.

A dieta manteve-se idêntica aos anos anteriores. Sem complicações, invenções ou inovações e com limites auto-impostos em questão de espaço, o supérfluo é obrigatoriamente descartado. Desde a UMA de 2012 que só de pensar em Géis e Barras fico enjoado. Desde aí aqueles artigos deixaram de constar na minha trouxa de eventos mais longos e dão lugar a artigos mais simples e principalmente mais baratos.

O Alex Jr. na véspera, esteve a brincar com o telemóvel. Embora eu me tenha lembrado desse facto, à noite a carga indicava estar completa, mas o que é certo é que, provavelmente por estar já algo viciada, com apenas 5horas de jornada e alguns sms, a bateria começou a queixar-se, vindo (a coitada) a desfalecer ainda antes da 1ª metade do caminho. Este imprevisto trouxe algumas complicações a nível de contactos com os meus apoios. A meio do percurso, meti à carga o 'Silver' e o Telemóvel, tendo essa carga, mesmo curta, aguentado com alguma contenção os equipamentos até ao final. No regresso vim com o telemóvel desligado e só o liguei a espaços, apenas para ir avisando da minha evolução.


Vai assim começar A Viagem!







(*) Ver dados estatísticos nos capítulos seguintes.

3 comentários:

  1. Venha então a viagem nos próximos capítulos :)

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  2. Para o ano lá estaremos de novo! Tu na estrada e eu no aqui no centro de controle da toca da Raposa Manca! A minha agenda tem sempre escrito no dia 3 de Fevereiro: VIAGEM ALEX!
    Já faz parte da rotina levantar-me as 4:45 e agarra-me aos sms a cada dia 3 de Fevereiro!
    E o prazer que isso me dá!
    Forte abraço.
    (venha o resto do relato que de ser publicado lá para o verão hi hi hi hi)

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  3. O Cap. II já está em revisão ... Sai ainda no Inverno ... :-)

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