segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A Meia da Nazaré (Parte I)

Há factos que só à posteriori assumem uma importância que nos escapara à data em que os mesmos ocorreram.
Estávamos algures em 1985, quando companheiros da actividade que na altura praticava me desafiaram para irmos à Meia Maratona da Nazaré.
Eram os anos de ouro da corrida a pé, do movimento das corridas 'populares' e a Meia da Nazaré era na altura uma prova das mais importantes que se realizavam a nível nacional.
Atalhando alguns pormenores, passadas algumas semanas estreava-me (sózinho ...) na Nazaré, numa edição com muita chuva e estreava-me também nas corridas a pé, coisa que na altura eu desconhecia quase que completamente.
Mal sabia que a Nazaré e a sua Meia Maratona, passaria a partir daquela manhã de dilúvio a ser muito mais que a vila piscatória de mar bravo que eu conhecia.
Nestes 27 anos, voltei à Nazaré em muitas manhãs de Meia Maratona, independentemente da forma física.
Aquela prova sempre teve vontade própria, muito para além da muita ou pouca forma física que eu tivesse na altura, ela foi sempre soberana sobre quaisquer que fossem os planos que eu tivesse feito para o desenrolar da prova.
A 2ª parte da década de 80 foi a altura em que melhores marcas obtive nas provas em que participei e a Nazaré sempre esteve acima dessa questão das performances, que na altura assumiam uma grande importância, como é natural em quem pratica desporto e tem 20 anos.
No passado dia 11 de Novembro, foi mais uma vez a Nazaré, ou o mar, não sei, quem tomou conta dos acontecimentos e me conduziu a vontade a partir das 11 da manhã.
Antes, cerca de 3 horas antes, já eu estacionava o carro após uma viagem calma e por caminhos já conhecidos. Desci a cumprimentar o mar debaixo duma chuva miúda e fria.
O mar é sempre diferente. O mar da Nazaré é ainda mais diferente. Não sei de será o 'canhão', ou o alinhamento entre a escarpa impressionante do sítio e o 'paliteiro' dos mastros alinhados e abrigados no porto, mas há ali qualquer coisa de especial naquele mar!!
Após os cumprimentos, o nervoso miudinho gradualmente apressa-me o passo e dirigi-me à incontornável Arcádia, para o café e o pão de deus habituais de há uns anos a esta parte. Aquele bolo meus caros leitores (...) a desfazer-se ainda morno na boca (...). Sabe sempre a pouco este deleite, mas nesta edição decidi prolongá-lo e ir desafiar a Batel a superar o desempenho daquele menu na Arcádia.
O Nuno Sentieiro há 1 ano atrás mencionara a Batel no seu comentário ao meu relato da Meia da Nazaré de 2011 e eu não sou de virar a cara a um desafio desses.
A casa tem realmente mais montra, é realmente mais pastelaria, mas não me convenceu. Afinal o que eu procuro não são as lojas mas sim objectos de prazer. Pequenos pecados da minha inesgotável gula.
A Arcadia é realmente bem mais modesta enquanto loja, mas naquilo que eu realmente procuro nas manhãs em que vou à Nazaré, que é o prazer de deliciar-me calmamente e sem barulhos a saborear o meu café e o meu bolo, ela provou ser a que melhor se adequa.
Tenho pena Nuno Santieiro, mas a Arcádia continuará a ser a eleita!!
Com 2 cafés e 2 bolos no bucho (...) seguia-se o dorsal e aí o chato de ter de esperar pelas 08:30. Fui o 1º a sair naquele domingo daquele pavilhão com o dorsal no saco e agora havia que acelerar para a 1ª parte da corrida do dia: o aquecimento!

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