terça-feira, 10 de julho de 2012

Trail do Almonda

O Trail do Almonda estará sempre ligado a mais um recomeço, entre os vários que a minha carreira de corredor de pelotão já conheceu. Após esta última interrupção, devido à cirurgia meniscal de Outubro de 2009, fiz o Trail de Vale de Barris, em Abril de 2010 e a que foi a 1ª edição do Trail do Almonda, em Julho do mesmo ano.
Estas 2 provas constituíram a minha estreia no Trail, até então desconhecido para mim. Com este retorno, voltei a correr e com estas experiências nasceu o gosto por um tipo de actividade que alia a componente lúdica à exigência física e mental.
Em 2011 não participei para não comprometer a participação na UMA, mas este ano e com 15 dias de intervalo não podia recusar o convite do Aníbal Godinho.
Num formato renovado, com novo local de partida e percurso alterado, a prova era assim uma incógnita à partida. A juntar a esses factores, o facto de estar na fase de maior carga na preparação para Melides e por isso me sentir algo cansado.
A prova começa praticamente com uma descida longa e técnica, o que logo ali provoca um congestionamento de alguns minutos. Depois corre-se por estradões, por zonas calcárias, calhaus, por zonas mais arborizadas onde a vegetação nos arranha , descidas muito técnicas e subidas onde a progressão é por vezes feita em filas, mais ou menos longas, na sua maioria onde a progressão é difícil.
Se não me considero grande trepador a descer ainda sou mais inseguro devido à minha altura e ao posicionamento do meu centro de gravidade a que se junta uma grande falta de experiência. Por isso estas zonas foram durante todo o percurso os focos de maiores sustos, que me lembre cerca de 3 a 4 ocasiões em que estive prestes a 'riscar a pintura' ou mesmo 'amolgar o pára-choques' :-)!!
Contei com a companhia do grande Víctor Silva, que no rescaldo da sua participação na Madeira participou em descompressão. Foi uma companhia excelente durante as 4 horas que por ali andámos. Ele ajudou-me também no combate do síndrome do 'fussão da estrada'. Este síndrome, que me acompanha desde a "escola" de estrada e que me provoca perturbações a nível psicomotor sempre que vejo um corredor à minha frente, ao meu lado ou mesmo atrás de mim. Foram muitos anos de estrada e ainda é uma influência com que fiquei desses tempos, o de considerar como um 'adversário' quem por ali anda a correr como eu. Alguém de quem importa fugir a qualquer custo, sob pena de ficar à minha frente e ganhar-me na luta pela 674ª posição!!
Com o Víctor esse aspecto foi esquecido, em relação a outros bem mais interessantes, como o relato pormenorizado de todos os aspectos que rodearam a sua recente experiência na Madeira.
A 250mts do final encontrou a esposa e ficou um pouco para trás. Esperei alguns segundos por ele e acabei por cortar a meta imediatamente seguido por ele, o que acabou por ser muito bom.
Embora aquém do que gostaria, a minha prática em corrida de trails tem vindo gradualmente a aumentar tanto em termos quantitativos como qualitativos.
Esta edição de 2012 foi quanto a mim positiva em tudo, excepção feita ao capítulo do banho final, que não correu muito bem e espero que venha a ser melhorado. Gente demais para o local, ou local pequeno demais para tanta gente.
O registo gravado pelo fiel 'SILVER'


4 comentários:

  1. Isto é como ir a Roma e não ver o Papa, fico sempre oprimido quando me "cruzo" com os amigos e não os consigo enchergar de imediato, ás vezes fico a pensar que posso ter cruzado os olhos com alguém que me conhece também e não lhes dei a devida atenção. Isto vem a propósito de termos estado no mesmo sítio e népia!!!
    Aproveito para te filicitar pela prova e também pela crónica. Abraço e até Melides.

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  2. Parece-me é que nem sequer nos chegámos a cruzar, porque realmente seria difícil nenhum nós se reconhecer. A partida era ampla e o pessoal esteve sempre bastante disperso, depois seguramente terei partido à frente e rebocado pelo Víctor adiantei-me. Mas em Melides seguramente terei o prazer de te cumprimentar. Abraço

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  3. "Ele ajudou-me também no combate do síndrome do 'fussão da estrada'."
    Eu já estou curado! Comecei a correr as hoje chamadas de provas de trail em 95 e aprendi logo a ficar em último que nessa altura quem se metia nessas provas alem de maluco corria bem.
    Dessas duas características eu na altura só já tinha a primeira, que nunca me abandonou!

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  4. Obrigado pelo "aviso" e até Domingo.Eu só quero estar lá para começar a aventura. Depois logo se vê...
    Boa sorte

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